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Caiado é um bom cabo eleitoral em Goiânia, Marconi não

Marcus Vinícius

O governador Ronaldo Caiado (DEM) ainda não deslanchou o seu governo. Há ainda muitas pontas soltas. O governo tem uma frágil  base de apoio na Assembleia Legislativa, e o partido oficial, o DEM, pouca representatividade no interior. Serviços importantes como Comunicação e Infraestrutura ainda não tiveram homologadas as licitações para contratação de novos fornecedores, e jogando-se 2019 fora, corre-se o risco de somente em 2021 sair o contrato para que as agências de publicidade e as empreiteiras prestem serviços de propaganda e recuperação de estradas às respectivas secretarias de Comunicação e Goinfra (Goiás Infraestrutura).

Mas têm-se notícias de que o governo está corrigindo rumos. O secretário de Governo, Ernesto Roller teve fortalecida sua condição de articulador político, principalmente após as articulações que garantiram a aprovação de projetos importantes para a gestão como a aprovação da lei que autorizou empréstimo de R$ 230 milhões junto ao Tribunal de Justiça de Goiás e o que propõe a venda de 49% das ações da Saneago (Saneamento do Estado de Goiás S/A).

O DEM  nestas eleições ganha o reforço dos prefeitos emedebistas que divergiram no apoio à candidatura do deputado federal Daniel Vilela e optaram por subir no palanque de Ronaldo Caiado no primeiro turno. Reforam o DEM os prefeitos Adib Elias (Catalão), Paulo do Valle (Rio Verde) e Fausto Mariano (Turvânia, que aliás pode ser extinta no pacote do ministro Paulo Guedes). Ex-prefeito de Formosa, Ernesto Roller também assina ficha de filiação no DEM e costura para que o seu sucessor, Gustavo Marques, faça o mesmo.

Mas do ponto de vista eleitoral estas mudanças ainda são uma incógnita. No interior do Estado prefeitos reclamam das condições das estradas e da falta de apoio a demandas nas áreas de saúde e infraestrutura. Mas há um ponto em que o governo estadual se destaca, a Segurança Pública. A sensação de segurança aumentou na população, principalmente na Capital.

Grupos ligados aos direitos humanos advertem que o número de mortes em confrontos com a policia aumentou em demasia, embora esta estatística não esteja disponível à população, por conta de decreto do governo do Estado que torna sigilosos estes dados, contrariando a Lei de Acesso à Informação.

 A política de extermínio de infratores  infelizmente não é uma novidade em Goiás. Outros governos a praticaram com o mórbido e velado  apoio da população.  Estas mortes atingem principalmente jovens negros e pardos  nas periferias da Capital e das grandes cidaes, nem todos necessariamente com passagem pela polícia ou envolvidos com ações criminosas. Assim como no Rio de Janeiro,  o higienismo também campeia nas terras goianas.  A diferença é que o governador Ronaldo Caiado não faz o mesmo proselitismo da morte que o seu colega Wilson Witzel (PSC).

Nos governos de Marconi Perillo (PSDB) também era dada ênfase nas ações de repressão policial, sobretudo com o uso desmedido da imagem da Rotam, um comando tático que jamais deveria ser utilizado para patrulhamento, e sim para ações que exigem confronto, mas que no período marconista foi exaustivamente explorado.

O governo Caiado mostra resultados com ações de inteligência que levaram à redução no roubo de carros e latrocínios. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública nos sete primeiros meses do ano 130 quadrilhas foram desmontadas e quase 9 mil operações realizadas.  Ainda de acordo com a SSP, em comparação com 2018, houve queda de 35,59% nos latrocínios, redução de 35,78% nas várias modalidades de roubo, diminuição de 59% das ocorrências ligadas a roubo de carros, queda de 66% no roubo de cargas, além de grandes operações de apreensão de drogas e armas no Estado.

Estes números já se refletem em pesquisas que vários pré-candidatos e partidos fazem na Capital. Os levantamentos captaram a satisfação da população goianiense com a gestão Caiado pelo aumento da sensação de segurança. Por outro lado, estas pesquisas revelam que ainda é alto desgaste da imagem do governador Marconi Perillo.

Caiado provavelmente não irá lançar candidato a prefeitura de Goiânia. A tendência é que apoie a possível reeleição do prefeito Iris Rezende (MDB), com o qual desde 2014 faz frutífera parceria política que o levou a ser eleito senador e depois governador.  

O governo Caiado ainda não avançou na geração de obras e empregos, mas  pode ter na Segurança Pública o discurso para impulsionar seus candidatos em Goiânia e no interior. O tempo dirá.

Marcus Vinícius

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