Em novo debate realizado nesta segunda-feira (10/09) com os candidatos ao governo de Goiás, o senador Ronaldo Caiado (Democratas) declarou que o grande desafio a ser enfrentado será a mudança da forma de governar Goiás. Para ele, as eleições deste ano não vão trocar apenas o nome do governador, mas a maneira de se fazer política no Estado.
No evento multimídia promovido pela Rádio Bandeirantes, Diário de Goiás, OAB, Rádio Bons Ventos e TV Goiânia, Caiado destacou que irá avançar com o VLT na região metropolitana de Goiânia e focar em alternativas para o transporte do Entorno, como o projeto de linha ferroviária para passageiros; reiterou seu projeto para construir 17 policlínicas e colocar em prática unidades móveis para o diagnóstico precoce da câncer de mama e colo de útero.
Além disso, o governadoriável assegurou que vai ampliar a oferta de cursos profissionalizantes para a população mais carente, especialmente os jovens em situação de risco que acabam se envolvendo com o narcotráfico por falta de opção de qualificação e emprego.
O senador também falou de sua prioridade máxima de combater a corrupção e implantar o compliance público – conjunto de práticas e regras para se controlar e gerir os gastos públicos – tendo como um dos parceiros e apoiadores a OAB Goiás. “Vou fazer sim transparência total no governo, combate à corrupção e boa utilização da máquina, com a participação de todos. No compliance público que instalarei teremos a presença de advogados participando das decisões do governo. Vocês serão convocados para estarem lá, saber como se gasta os recursos, e como é aplicado cada real”.
Ao ser questionado sobre suas propostas para mudar a situação do Estado, o candidato Ronaldo Caiado firmou compromisso de constitui uma força-tarefa para enfrentar a corrupção e dar transparência ao uso do dinheiro público.
“A principal mudança é o compromisso número um de combater à corrupção. Esse é o primeiro, a força-tarefa para fazer com que haja transparência e um controle total do gasto público. Essa eleição não vai mudar apenas o governador, essa eleição vai mudar a forma de governar o estado de Goiás. Este é o grande debate. É o fim de um ciclo e o começo de uma nova etapa, com transparência e controle do gasto público”, pontuou.
Atuação no Congresso
Ainda no debate, o senador enumerou parte das importantes contribuições que pôde dar ao goiano e a todos os brasileiros no seu período como deputado e senador da República. “Dignifiquei Goiás, consolidando, por exemplo, os incentivos ficais que tive que enfrentar sozinho no plenário do Senado contra toda estrutura de São Paulo e Rio de Janeiro; mostrando nossa capacidade para enfrentar todo o cartel para tomar a ferrovia Norte-Sul do estado de Goiás; renegociar as dívidas de todos os agricultores brasileiros e dar ao setor rural a melhor condição de disputar o cenário mundial. Também contribuímos com o desenvolvimento na área de tecnologia buscando tudo aquilo que é necessário para implantar o que tem de mais moderno. Na área da saúde, lutamos para trazer os royalties do pré-sal, – 25% que ficariam apenas com os estado limítrofes do pré-sal. Isto é uma luta de Ronaldo Caiado”, afirmou ao lembrar de emenda de sua autoria ainda como deputado federal para garantir 25% dos royalties do petróleo para educação e saúde.
Transporte/Educação
Na área do transporte, o governadoriável citou dois grandes desafios em um primeiro momento: tratar da região metropolitana e a capital e o Entorno de Brasília. “Investem apenas em transporte de ônibus. E não é buscada outra alternativa. O estado sozinho não tem como arcar com essa responsabilidade. Isto é uma ação tripartite. Ou seja, a União, o estado e o município. Indiscutivelmente, procurarei os prefeitos em relação a região metropolitana de Goiânia para que possamos fazer algo como avançar no VLT, buscando alternativas de transporte. O Entorno de Brasília é o colapso completo porque é a única região, no país, que vive sob quatro legislações. Governo federal, governo estadual, governo do Distrito Federal e municípios. Eu já propus o projeto da nacionalização, ou seja, para transferir para a União a responsabilidade do transporte (do Entorno)”, mencionou. O senador também afirmou que vai buscar a adaptação de um projeto de linha férrea que ligue Luziânia a Brasília para transformá-lo numa alternativa de transporte de passageiros do Entorno.
Outra proposta exposta pelo parlamentar refere-se a oferta de cursos profissionalizantes para os jovens, principalmente, os de famílias mais carentes. “A profissionalização é uma alternativa e buscarei fortemente o sistema ‘S’ para dar uma qualificação a essas pessoas, principalmente, as pessoas de baixa renda que fazem parte de um grupo de risco, onde nós vemos a presença do narcotráfico sequestrando nossos jovens. Então, esta é uma área que temos que ter um apoio em tempo integral para que essas crianças tenham uma nova perspectiva”.
Ronaldo Caiado também fez questão de exaltar a importância da agropecuária para economia goiana e o triste quadro dos assentamentos que teve a oportunidade de visitar sem a mínima estrutura de sobrevivência e de trabalho de quem vive ali.
“É importante que a gente mostre que Goiás é uma referência mundial. Um estado importador como o Brasil, de leite, de carne, importador de arroz, de feijão, Goiás passou a ser uma referência com tecnologia, altíssima produtividade. Sou um médico, sou um homem que respeita a ciência e cada vez mais estimula a pesquisa. Nós temos a responsabilidade de alimentar milhões e milhões de pessoas e essa realmente é a importância que o Brasil tem no cenário mundial e Goiás sabe disso. Mas o que é triste é aquilo que eu publiquei ontem, você visita os assentamentos, a maioria em Goiás, tem 12 anos e não tem energia elétrica”, citou.
OAB
No último bloco em que integrantes da OAB fizeram seus questionamentos aos candidatos, Ronaldo Caiado falou sobre os problemas na assistência jurídica oferecida aos mais carentes e na apropriação do governo de recursos que deveriam estar sendo aplicados para o pagamento de honorários de advogados que atuam nessa área.
“A falta de assistência judiciária aos cidadãos mais carentes, aqueles que vivem hoje uma realidade, que é a justiça mais cara do país, dependem do advogado da ativa. Vou ampliar convênios também dos municípios para que possamos dar cada vez mais essa condição do apoio judiciário. Nós já temos um fundo: 2% de tudo aquilo que se paga em cartório, em taxas de cartório, já tem a fonte. Já tem o dinheiro. Por que não é repassado? Por que não é utilizado? O que nós queremos é única e exclusivamente fazer com que haja um governo que respeite aquilo que está definido. Ora, se a fonte é para pagar todos os advogados da ativa não tem porque utilizá-la para fazer caixa em detrimento daqueles que já prestaram trabalho e que hoje já vivem uma situação de penúria no interior, pessoas que têm 10 anos, 15 anos sem receber. Esse lado de maquiar as finanças do estado é que levou Goiás a essa situação crítica de hoje. Goiás foi rebaixado no ranking Nacional, o estado não tem crédito hoje para fazer nenhum contrato em um banco oficial, não tem condições mínimas de ter aval do Tesouro Nacional. Por que? Porque tudo foi para uma conta única, conta centralizadora e a partir daí utiliza-se dinheiro que é da educação, dinheiro que é da saúde, dinheiro que é do advogado da ativa, dinheiro que é do professor”.
Em sua resposta final, Caiado defendeu a implantação das Câmaras de Mediação e Arbitragem definidas pela Lei Complementar 144/2018, mas que ainda não saíram do papel em Goiás. “Eu reconheço a importância dessa câmara de negociação. Ela é fundamental. O brasileiro já não suporta essa fila eterna de milhares e milhares de ações por dia, sem resultado. É uma justiça que é injusta porque o tempo leva o cidadão a estafa, o indivíduo já não acredita mais. Então acho fundamental a instalação dessa câmara”, concluiu.