O governador Ronaldo Caiado (UB) não vai mais participar da posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, que ocorrerá domingo (10). A assessoria pessoal do governador justificou hoje (8) ao Diário de Goiás, com a não-confirmação do avião que seria fretado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem Caiado iria. Além de problemas de agenda.
“O principal motivo é agenda apertada no final de ano, com grande número de coisas a resolver ainda dentro deste ano. E um voo de carreira obrigaria a derrubar muitas agendas”, explicou a assessoria.
Ainda conforme a assessoria, não é verdade que o governador goiano iria junto com a comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como chegou a circular. “Em momento algum ele iria nessa comitiva”, informou.
Bolsonaro, desembarcou hoje (7) em Buenos Aires com uma comitiva de 50 pessoas, entre as quais, governadores, parlamentares e líderes da extrema-direita brasileira. Logo após a chegada já manteve encontro com o eleito.
O ex-presidente é quem teria convidado Caiado para prestigiar a posse no domingo. Mas foi o chefe do Executivo estadual o responsável por entrar em contato com Mauricio Macri, ex-presidente argentino e aliado de Javier Milei, para organizar a ida dos governadores à posse, como revelou o Diário de Goiás.
Seria oportunidade boa para que Bolsonaro, inelegível e com o Judiciário na cola, tivesse destaque em evento internacional junto com Caiado, que surgiria no “pódio” da sucessão da herança política do ex-presidente em cerimônia prestigiada.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também não irá na posse. Esta semana a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República confirmou que ele não vai participar. A expectativa é de que seja representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e por assessores, informou a GloboNews na terça-feira (5).
Javier Milei foi eleito pelo partido La Libertad Avanza (A Liberdade Avança) e se autodenomina “anarcocapitalista”. Derrotou o peronista Sérgio Massa e o grupo do atual presidente Alberto Fernandez, que tinham a simpatia de Lula. Ao presidente brasileiro dirigiu ofensas verbais e até chamou de “corrupto” nos discursos da campanha.
Após a vitória, Milei enviou uma carta-convite entregue pela futura chanceler argentina, Diana Mondino, ao ministro de Relações Exteriores, em visita surpresa. “Estimado presidente, te faço chegar a presente mensagem, portador de meus cordiais cumprimentos, para transmitir o convite que me acompanhe, no próximo dia 10 de dezembro, nos atos que aqui terão lugar por motivo de minha ascensão ao mandato presidencial”, diz o documento, conforme divulgado pela CNN Brasil. Mas não deu certo. Lula não vai, como citado anteriormente.
Na mesma ala da ultradireita, além de Bolsonaro, Javier Milei convidou os presidentes da Hungria, Víktor Orban, e o presidente do partido espanhol Vox, Santiago Abascal.