O fogo amigo e as relações pecaminosas com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, abalaram a estrutura política do governador Marconi Perillo (PSDB).
O que pode matá-lo, no entanto, é o desgoverno administrativo de Goiás.
Se, para muitos, os reflexos da CPMI não atingiram o âmago popular, as deficiências na Saúde, Educação e Segurança Pública, por exemplo, torturam o cidadão/eleitor.
Na campanha, Perillo prometia construir 00 (duzentas!) creches, implantar parques para as crianças em 100 municípios e construir 100 complexos culturais nas escolas compostos por bibliotecas, cinemas com monitores e acervo para todas as faixas etárias, oferecendo oficinas lúdicas, cultura e artes.
A realidade:
Professores da rede estadual protestam contra o governador Marconi Perillo por causa da radical mudança no plano de carreira, ao final de dezembro de 2011, com redução de conquistas históricas da categoria. E o governo saiu derrotado, pois teve que ceder em alguns pontos, ficando a insatisfação enraizada entre os professores.
Foi uma das maiores greves da educação de todos os tempos. E nasceu ali um dos adesivos mais contundentes contra o governador: “Sou Educador, Marconi nunca mais!”, por ele ter-se manifestado contra o pagamento do piso nacional da Educação. Foram quase dois meses de greve.
Alunos de escolas estaduais assistem às aulas na rua reivindicando melhorias na estrutura física das instituições, mostrou reportagem recente do UOL.
Estudantes organizam passeatas pedindo impeachment do governador. O #foramarconi chega a reunir cinco mil jovens nas ruas.
Professores em coro, durante visita da presidente Dilma Rousseff em Goiás, gritam: “Marconi, bicheiro, devolve o meu dinheiro!”
Enquanto isso, na Segurança Pública… a situação é tenebrosa.
Membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal pedem intervenção do Governo Federal para conter a onda de violência em Goiás. “Este Estado hoje é mais perigoso e violento que as favelas do Rio de Janeiro”, disse a vice-presidente da comissão.
Sem saídas para a crise, o governador afasta o secretário e nomeia um delegado da Polícia Federal para a pasta.
Com uma só cajadada, Perillo divide sua responsabilidade com o Governo Federal – logo ele, que culpa Lula e o PT da presidenta Dilma por tudo que fez e faz – e compromete as investigações da PF contra sua própria gestão. Investigações que resultaram na CPMI do Cachoeira etc. etc. etc.
Tudo isso sem falar da terrível crise institucional, em 2012, causada pela Operação Monte Carlo, com a prisão de Carlos Cachoeira e a revelação da influência dele no governo que deveria ser o melhora da vida dos goianos – outra promessa feita por Marconi na campanha.
Assim, avança Goiás?
Avança? Nem com ordem direta: “Avança, ô Goiás!”
A realidade está expressa nas ruas, nas reses sociais, na enquete do Diário de Goiás: por essas razões e tantas outras, a imagem de Marconi já não é mais a mesma…
E a prova dos nove avança… Avança para as urnas, em 2014: Marconi Perillo já se apresentou como candidato à reeleição.
E você, leitor, o que diz? O que dirá?
Em que você avançou?