21 de dezembro de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 13/02/2022 às 00:33

Bolsonaro no espelho

Jair Messias Bolsonaro não está sozinho e isso é o pior dos mundos – literalmente. Estivesse sozinho, não passaria de um alucinado, preconceituoso com  suas teorias da conspiração. Do tipo que a gente olha pra desviar o olhar. Que a gente sabe que existe, mas finge que não é com a gente. Em sentido amplo, geral e irrestrito, um ser à parte.

Justamente por não estar à parte, ele é o conjunto da obra. É ele, e o que ele representa. Sua essência é a alma do negócio. Imagem, semelhança e carteira de identidade de um tempo sem ponteiros.

Bolsonaro é o juiz que julga segundo a sua religião. É o promotor que vaticina de acordo com sua ideologia, condenando a moral alheia. É o empresário que discursa contra os Direitos Humanos porque não se sente no dever de respeitar os direitos dos seus trabalhadores.

É o cidadão de bem que toca trombone contra os partidos de esquerda que aparelharam os governos, defendendo que esses governos só tenha gente de direita. É o aparelhamento ideológico, desde que não seja de esquerda. É o mesmo cidadão de bem que defende a moral divina de arma na mão e que luta pelo fim da corrupção alheia, mas só a alheia.

Bolsonaro é Eduardo, é Carlos, é Flávio, é a milícia virtual e não virtual. Bolsonaro é isso e muitos mais, e está em todo lugar. 

Quando um deixa o lugar, outro assume o posto. Enquanto for assim, não haverá paz. Será uma guerra sem fim. Até que esse vírus passe, a contaminação será inevitável. E para que passe, haja vacina!

O Brasil está confinado a Bolsonaro, e a salvação não sai de quarentena.

Vai passar. Que não passemos, antes. Amém.