O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou nesta quarta-feira (9) ao Conselho de Ética da Câmara que nunca usou expressões homofóbicas contra o também deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que é homossexual. O Conselho analisa pedido de cassação do mandato de Wyllys por ele ter cuspido na direção de Bolsonaro no dia da votação da autorização do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, em abril.
De acordo com depoimento desta quarta do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que disse ter testemunhado a confusão, Wyllys foi previamente ofendido por Bolsonaro no dia da votação do impeachment com as expressões “queima-rosca”, “franguinha” e “viadinho”. “Isso não houve, não só naquele momento, mas em momento nenhum. Minha briga com ele [Willys] é no campo das ideias”, disse Bolsonaro.
O deputado Glauber (PSOL-RJ) afirmou que Bolsonaro mentiu ao dizer que nunca direcionou ataques homofóbicos ao colega. Ele leu na sessão declarações atribuídas a Bolsonaro em outras sessões da Câmara em que ele chama o colega de adorador do “aparelho excretor”, por exemplo.
Bolsonaro não falou diretamente sobre essas declarações e acusou Glauber de mentir. Fez ainda insinuações de que o deputado defenderia Wyllys como marido e mulher. “Faça essa carinha quando tiver com Jean Wyllys, ele vai gostar muito, vai gostar desse biquinho”, disse, em direção a Glauber.
Mais tarde, em resposta ao deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), admitiu ter direcionado a Wyllys palavras “que fogem à normalidade”, em resposta a atitude semelhante do colega. “De ambas as partes.” Bolsonaro responde no Conselho por ter defendido, também no dia da votação contra Dilma, a memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos maiores símbolos da repressão durante a ditadura militar (1964-1985).
Os casos de Bolsonaro e Wyllys estão na fase preliminar, que é quando o Conselho analisa se há elementos mínimos para o prosseguimento. No primeiro, a votação pode ocorrer ainda nesta quarta.
(Folhapress)
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