Em uma live publicada na madrugada desta quarta-feira (30) nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de revelar à imprensa que seu nome foi citado nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco para prejudicá-lo.
Bolsonaro disse que, no dia 9 de outubro, Witzel havia lhe contado sobre a citação.”Às 21h, eu estava no Clube Naval no Rio de Janeiro. Chegou o governador Witzel e chegou perto de mim e falou o seguinte: ‘o processo está no Supremo’. Eu falei: ‘que processo?’ ‘O processo da Marielle.’ ‘Que que eu tenho a ver com a Marielle?’ ‘O porteiro citou teu nome.’ Quer dizer: Witzel sabia do processo que estava em segredo de Justiça. Comentou comigo”, afirmou o presidente.
O presidente, em seguida, acusa o governador fluminense de ter passado informações à imprensa para desestabilizá-lo. “No meu entendimento, o senhor Witzel estava conduzindo o processo com o delegado da Polícia Civil pra tentar me incriminar ou pelo menos manchar o meu nome com essa falsa acusação, que eu poderia estar envolvido na morte da senhora Marielle”, pontuou.
Em nota divulgada pela sua assessoria de imprensa, Witzel lamentou a manifestação de Bolsonaro, que classificou como intempestiva, e disse que jamais interferiu em investigação alguma. Ele completou dizendo que foi injustamente atacado.
Novo depoimento
O presidente também disse que pediu ao ministro da Justiça, Sergio Moro, para que a Polícia Federal possa ouvir novamente o porteiro do condomínio, pois, conforme Bolsonaro, ele teria se equivocado.
“Pode o delegado ter feito… tomado a termo… escrito o que bem entendeu ali, e o porteiro, uma pessoa humilde, né, acabou assinando embaixo. Isso pode ter acontecido”, argumentou. “Estou conversando com o ministro da Justiça o que pode ser feito pra gente tomar, via Polícia Federal, o depoimento novamente… O depoimento agora desse porteiro pela PF, pra esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma, né, que querem colocar no colo como possível mentor da morte da Marielle seja enterrado de vez”, completou.
Ataques à Globo
Jair Bolsonaro também não poupou a Rede Globo de sua fúria. O presidente disparou ofensas e palavrões contra a empresa e acusou-a de tentar incriminá-lo no caso do assassinato de Marielle.
“Vocês, TV Globo, o tempo todo infernizam minha vida. Agora Marielle Franco, querem empurrar em cima de mim? Seus patifes! Canalhas! Não vai colar! Não tinha motivo pra matar ninguém no Rio de Janeiro”, vociferou Bolsonaro.
Entenda o caso
Segundo reportagem do Jornal Nacional desta terça-feira (29), Élcio Queiroz, ex-policial militar, teria afirmado à portaria do condomínio em que morava o presidente que iria para a casa de Jair Bolsonaro, mas se dirigiu a casa de Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos contra Marielle, que fica no mesmo condomínio. Segundo depoimento do porteiro que estava na guarita, uma pessoa identificada como “Seu Jair” autorizou a entrada de Élcio no mesmo dia do assassinato da vereadora.
O porteiro contou à polícia que, horas antes do assassinato, em 14 de março de 2018, o outro suspeito do crime, Élcio de Queiroz, entrou no condomínio e disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. Mas os registros de presença da Câmara dos Deputados mostram que Bolsonaro estava em Brasília no dia.
Élcio é acusado pela polícia de ser o motorista do carro usado no crime. Pela citação ao nome do presidente da República, o caso está sob análise do Supremo Tribunal Federal.
Assista a live de Bolsonaro
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