05 de dezembro de 2025
ATOS BOLSONARISTAS • atualizado em 07/09/2025 às 17:20

Bolsonaristas pedem anistia em atos pelo Brasil enquanto STF julga tentativa de golpe de Estado

Manifestações em SP, Goiânia e Rio exigem anistia para Bolsonaro; Michelle, Flávio e Malafaia lideram atos em meio a julgamento no STF, ao som de Tropa de Elite
Atos em Goiânia (E) e na Paulista (D) reuniram multidões de bolsonaristas de verde e amarelo e com bandeira dos EUA - Fotomontagem redes sociais
Atos em Goiânia (E) e na Paulista (D) reuniram multidões de bolsonaristas de verde e amarelo e com bandeira dos EUA - Fotomontagem redes sociais

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram neste domingo em cidades como Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo – especialmente na avenida Paulista -, protestando por anistia em meio ao julgamento da tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF) que deve ter uma sentença até sexta-feira (12).

Caiado não foi à Paulista

Sem a presença do governador goiano, Ronaldo Caiado (UB), que não participou desta vez, a manifestação na Paulista teve uma bandeira gigante dos Estados Unidos carregada pelos seguidores do ex-presidente e depois estendida no meio da avenida.

Ao som da música “Tropa de Elite”, foram veiculadas mensagens antigas de Bolsonaro em que ele fazia apologia à violência, como “precisa de pancada e punição rigorosa”, “lógico que atirou pra matar”, “Direitos Humanos é o cacete”. As falas repetidas pouco antes do discurso do senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente, foram recebidas com aprovação pelos bolsonaristas.

Manifestação em Goiânia

Em Goiânia os manifestantes se concentraram na Praça do Sol e depois percorreram algumas ruas da região. Os deputados Gustavo Gayer e Amaury Ribeiro, e o senador Wilder Moraes, todos do PL, se destacaram entre os que mobilizaram pelo ato na capital goiana.

Outras capitais receberam protestos, mas a manifestação em São Paulo foi o principal palco dos atos, tendo à frente o pastor Silas Malafaia e o senador Flávio, além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Discursos focados em “perseguição política”

O ato foca em exigir anistia aos acusados dos atos golpistas, especialmente o ex-presidente, replicando os argumentos da direita de que o julgamento da trama no STF é uma “perseguição política” e que a “sentença já está dada”. Esta foi a tônica das falas de Flávio e de Michelle que chamou o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, de “tirano”.

Agradecimento a Trump durante protestos por anistia

Bolsonaristas levaram cartazes com frases em agradecimento a Donald Trump e pedindo impeachment de Moraes. Apesar dos graves danos à economia brasileira, eles exaltaram o presidente dos EUA após o governo americano oficializar um tarifaço de 50% ao Brasil e aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro do STF.

Michelle Bolsonaro surgiu segurando um boneco do ex-presidente. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disputa com Caiado o espólio eleitoral de Bolsonaro, inelegível até 2030, compareceu em mais um ato pedindo anistia. Mesmo na disputa, mas criticado pelos filhos do ex-presidente por este motivo, o governador paulista discursou defendendo a elegibilidade de Bolsonaro em 2026.

Esse é o segundo protesto sem a presença de Bolsonaro. Em 3 de agosto, data da manifestação anterior, ele já cumpria medidas cautelares determinadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e chegou a aparecer por videochamada em ato na Paulista e no Rio o que só agravou sua situação.

STF deve ter sentença até sexta, 12

No STF o julgamento da ação penal sobre a trama golpista será retomado na próxima terça-feira (9). Os ministros da Primeira Turma têm até a sexta-feira (12) para decidir pela absolvição ou condenação de Bolsonaro e dos outros sete réus do núcleo crucial.

Durante a semana passada, a exibição de um vídeos com detalhes dos atentados, antes e depois da posse do atual governo, chamou muito a atenção sobre o volume de provas listado pela denúncia da Procuradoria-Geral da República a partir de investigação da Polícia Federal.

O primeiro a votar é o relator, Alexandre de Moraes. Depois votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por fim, o presidente da Turma, Cristiano Zanin.


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