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Categorias: Notícias do Estado
| Em 6 anos atrás

Bolsa recua 2,4% e zera ganhos pós-eleição

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TÁSSIA KASTNER
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A aprovação do aumento do Judiciário pelo Senado azedou o humor de investidores nesta quinta (8) e fez a Bolsa acumular o terceiro pregão consecutivo de baixa. Com a queda, também reflexo de perdas de emergentes no exterior, o Ibovespa devolve os ganhos acumulados desde a eleição de Jair Bolsonaro.

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O principal índice acionário do país cedeu 2,39% e fechou a 85.620 pontos. Desde 26 de outubro, último pregão antes do segundo turno eleitoral, a Bolsa brasileira recua 0,11%.

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Para analistas, a votação surpresa do reajuste do Judiciário na noite de quarta (7) eleva preocupações com o ajuste das contas públicas.

Há ainda o receio de que a pauta-bomba seja também um recado ao governo eleito, depois de Paulo Guedes ter falado em dar uma “prensa” no Congresso para votar a reforma da Previdência.

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“Quando as pessoas esperam [a votação], é uma coisa. Mas foi de última hora e colocou um bode na sala. Ninguém está entendendo se foi um aviso”, afirma Alexandre Espírito Santo, da Órama Investimentos.

Há dias investidores vêm adotando posição mais cautelosa, reflexo dos desencontros da equipe de Bolsonaro sobre a reforma da Previdência, considerada pelo mercado financeiro a prioridade do início de mandato.

“Ainda prevalece entre os investidores o estresse em razão da indefinição de prioridades do novo governo de Bolsonaro e da definição de agenda nas diferentes áreas”, escreveu Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.

Ainda sob a perspectiva local, a queda foi liderada pela baixa de mais de 3% nas ações da Petrobras, perdas que foram, em parte, atribuídas à baixa nos preços do petróleo.

O mercado reage ainda à temporada de divulgação de resultados de empresas locais. As ações da Estácio recuaram mais de 8% com desempenho abaixo do esperado pelo mercado no terceiro trimestre, arrastando papéis de empresas do setor de educação.

O dia foi negativo para mercados emergentes, em perdas que foram lideradas pela Bolsa mexicana, que caíram quase 6%. Por lá, notícias de interferência do governo eleito no setor bancário derrubaram os papéis.

Já as Bolsas americanas recuaram em dia de expectativa com decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que manteve os juros americanos entre 2% e 2,25% ao ano, conforme amplamente esperado pelo mercado. A próxima alta está prevista para dezembro.

O dólar fechou perto da estabilidade, cotado a R$ 3,7390.

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