O deputado estadual Samuel Belchior (PMDB) quebrou o silêncio nesta terça-feira (1) ao utilizar a tribuna da Assembleia Legislativa para explicar as citações do nome dele nas investigações da Operação Miqueias, da Polícia Federal.
O peemedebista, que dirige a sigla em Goiás, disse não conhecer a empresa de Fundos de Previdência citada nas investigações, ter sido humilhado e desafiou os críticos a lerem o inquérito.
Acompanhe, abaixo, algumas frases do pronunciamento de Samuel Belchior:
“Conheci essa moça (Luciane Hoepers) em março de 2013. Muitos boatos já surgiram. Fui convidado a comparecer à Polícia Federal. Não fui intimado ou convocado coercitivamente. Não receio em dar explicações. Lutei a vida toda honestamente. Os senhores sabem disso. E não há hoje um empresário que diga que lhe pedi um favor. Na Polícia Federal, fui entender o que estava acontecendo. Leiam o inquérito que vão assustar com os nomes que lá estão. Desafio qualquer um a provar que tenho qualquer envolvimento com esta operação”.
“Essa investigação é de 2009 para cá. Mais de 120 pessoas foram grampeadas. Não conheço a empresa e os envolvidos. E conheci apenas uma pessoa envolvida. Mas aí começou o sensacionalismo. E imaginem se eu estivesse grampeado? Todos vocês (deputados) estariam presos, já que chamei a todos de chefe. Quantos aqui se apresentam por apelido ou nome que gostam de ser chamados. O interesse é atingir minha família e minha esposa, que sofre humilhação pública. Disseram que eu era íntimo da moça por chamá-la de Lu. Leiam o inquérito, que apesar de sigiloso, está espalhado país afora”.
“Em 19 de setembro, recebi às 6 horas da manhã uma delegada e dois agentes da Polícia Federal. Praticaram contra mim e minha família ato que não desejo a nenhum de meus adversários. Invadiram meu lar. Meus filhos ainda não tem idade para entender as coisas e não são achincalhados por coleguinhas. É desnecessária a atitude dessas operações. Os agentes e delegada foram respeitáveis. Pude tirar meus filhos para que pudessem revirar minha casa de cabeça para baixo. E após revirar, a delegada percebeu o constrangimento pelo qual estávamos passando”.
“Se o deputado compra um bom carro ou boa casa, é porque roubou. E se tem empresa, é porque a usa para lavar dinheiro. Infelizmente, essa é a imagem que se tem dos políticos no país. Apreenderam meus dois carros. Repito o que disse à Polícia. Jamais acompanhei essa moça (Luciane Hoepers) em prefeitos ou intermediei negócios desse grupo. Lá, no inquérito, identifica cada um que está nos autos”.
“Recebi de meus pais criação rígida. Para atingir qualquer coisa na vida, não é preciso passar por cima do próximo, atacar ou prejudicar outros. São atos e dedicação, e acima de tudo honestidade, é que se faz trabalho bem feito na política. estou deputado. Somos taxados de forma generalizada a pior classe que a sociedade possa imaginar. Os políticos são culpados praticamente por tudo o que acontece. Não digo que as pessoas não tenham razão, mas colocam todos nós na mesma vala comum”.
“Agradeço a todo apoio que recebi de meus amigos, companheiros políticos e familiares. Por saber que este pronunciamento estará espalhado em todas as redes sociais, peço um parênteses para que possa se apresentar. Sou o deputado Samuel Belchior. Fui eleito vereador de Goiânia em 2004. Fui eleito deputado estadual em 2006, o mais votado da capital, e aos 26 anos. Em 2010, fui novamente eleito. Fui líder do prefeito Iris Rezende na Câmara de Goiânia. E sou presidente do Diretório Estadual de meu partido”.
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