Baixa cobertura vacinal contra sarampo, difteria e paralisia infantil preocupa Saúde de Goiás

Doenças que já haviam sido erradicadas e controladas no Brasil, como o sarampo, a difteria e a paralisia infantil voltaram a preocupar por conta da baixa cobertura vacinal registrada no Estado. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, os dados representam riscos, pois são doenças de alta transmissibilidade e a baixa cobertura vacinal torna as crianças vulneráveis. 

Para o  Ministério da Saúde, a cobertura vacinal considerada ideal é de no mínimo 95%. Em Goiás, no entanto, os índices da vacinação da tríplice viral, que protege contra o sarampo, além de caxumba e rubéola, estão abaixo da meta desde 2017, quando chegaram a 80,99%. Até o dia 5 de maio deste ano, somente 59.060 crianças foram imunizadas, o equivalente a 13,18%.

Em 2019, foram registrados 5 casos de sarampo em Goiás e, de agosto de 2019 a março de 2020, foram registrados mais 20 casos da doença nos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Posse e Rialma. 

A difteria, que havia sido controlada, também voltou a apresentar casos isolados. Em 2021, a cobertura dessa vacina em crianças foi de 71,98%. Neste ano foi registrado um caso da doença no município de Santa Helena de Goiás e mais 4 casos ainda estão sendo investigados.

A Campanha de Vacinação contra a Influenza e o Sarampo abrange crianças de 6 meses a menores de 5 anos. Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia

O secretário de estado da saúde de Goiás, Sandro Rodrigues, destaca a importância de a população levar as crianças aos postos de saúde para serem vacinadas também contra a gripe. Desde o início da campanha de vacinação contra influenza, de 4 de abril até 5 de maio, 52.546 crianças de 6 meses a 5 anos de idade foram vacinadas, o que é preocupante, pois representa somente 11,7% de cobertura ideal. 

A diminuição da procura pelas vacinas infantis pode estar vinculada ao fato das doenças consideradas graves estarem sob controle. A paralisia infantil foi erradicada, o sarampo foi eliminado e a difteria, controlada. Em 2016 o Brasil recebeu o Certificado de País Livre do Sarampo concedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dois anos depois, com a reintrodução do vírus do sarampo no Brasil e a circulação da mesma cadeia de transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o País perdeu essa certificação. 

Outra questão associada à baixa cobertura vacinal são as desconfianças em relação à eficácia e aos efeitos colaterais das vacinas, estimulados por fake news e teorias anti-vacina. 

De acordo com a diretora do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) e médica infectologista, Mônica Ribeiro Costa, “Vacina é medicamento”. Além de proteger individualmente, a vacina garante uma proteção coletiva e atua contra a alta transmissão em crianças. Está aí a importância da conscientização das pessoas. ”Quando há elevados índices de vacinação, o vírus encontra dificuldade de circular e, aos poucos, vai desaparecendo”, ressalta a diretora. 

Em relação a poliomielite, há vírus ativo em circulação em países da África e Ásia e por conta da circulação de pessoas entre os continentes e da globalização, há o risco de reintrodução da doença no Brasil, visto que são muitas as crianças desprotegidas.

A Campanha de Vacinação contra a Influenza e o Sarampo para crianças de 6 meses a menores de 5 anos prossegue até o dia 6 de junho, em todos os municípios do Estado de Goiás. A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) faz um alerta aos pais ou responsáveis para levarem suas crianças a um posto de saúde mais próximo de suas casas para serem vacinadas.

Redação / Diário de Goiás

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