07 de agosto de 2024
Economia • atualizado em 13/02/2024 às 17:32

Aumento da retirada de recursos da poupança afeta mercado imobiliário no Brasil

A diminuição de recursos com a prática afeta o financimento de imóveis para a classe média, com perda de R$ 87,8 bilhões na aplicação em 2023
Em janeiro deste ano, a retirada da poupança atingiu R$ 20,1 bilhões a mais do que o que foi depositado.Foto: Reprodução
Em janeiro deste ano, a retirada da poupança atingiu R$ 20,1 bilhões a mais do que o que foi depositado.Foto: Reprodução

A crescente retirada de recursos da caderneta de poupança está afetando o mercado imobiliário no Brasil. Com o aumento do resgate dos valores pelos investidores, a poupança, uma das mais tradicionais fontes de recursos para financiamento de imóveis para a classe média no país com juros limitados, os bancos passam a destinar cada vez menos dinheiro para empréstimos de finacimento imobiliário, de acordo com o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Em janeiro deste ano, a retirada da poupança atingiu R$ 20,1 bilhões a mais do que o que foi depositado. Somente em 2023, a aplicação perdeu R$ 87,8 bilhões. Conforme o sistema atual, os bancos devem destinar 65% dos depósitos de poupança do SBPE. Tal prática cobre até 80% de imóveis de até R$ 1,5 milhão, com juros limitados a 12% ao ano.

Com o SBPE menos requisitado, a classe média passa a focar em outras duas alternativas. A primeira são os financiamentos com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Essa modalidade também financia imóveis de até R$ 1,5 milhão com juros de até 12% ao mês, mas exige regras adicionais em relação ao SBPE.

A outra opção consiste no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que obedece a taxas e condições de mercado. Essa modalidade permite o financiamento de imóveis acima de R$ 1,5 milhão e entrada zero (100% do valor financiado), mas normalmente tem juros mais altos.

Perspectivas futuras

Mesmo com a estagnação do SBPE, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) aposta em crescimento de 3% no crédito imobiliário em 2024, com as concessões fechando o ano em R$ 259 bilhões, superando o recorde de R$ 255 bilhões emprestados em 2021. Nesse sentido, Goiânia se apresenta como um exemplo prático. Desde 2022, a capital de Goiás tem passado por um crescimento recorde no mercado imobiliário.

Segundo o relatório do Índice FipeZAP, considerando as capitais brasileiras, em janeiro, o índice foi de 1,61% e, em dezembro, de 1,53%, enquanto a média do aumento de preços em Goiânia, em 2023, foi de 14,8%, bem acima da nacional, que ficou em 5,1%. No ano passado, a capital de Goiás foi a terceira mais valorizada do país, em volume de vendas, superada apenas por São Paulo e Rio de Janeiro.

A CBIC, cuja análise se concentra no número de lançamentos, estima que o volume de empreendimentos imobiliários com recursos do FGTS e do Minha Casa, Minha Vida cresça 15% em 2024. Para o mercado imobiliário total, a entidade projeta que 320 mil unidades devem ser lançadas neste ano. Ainda não dá para projetar se essa volume representa crescimento em relação a 2023 porque as estatísticas do ano passado ainda estão sendo fechadas.

Com informações da Agência Brasil


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