A taxa de positividade da testagem ampliada de identificação do antígeno da Covid-19 em assintomáticos subiu, na última semana, para 6,2%, com relação aos exames realizados na última sexta-feira (23) pela Prefeitura de Goiânia. Na semana anterior, o índice foi de 3,9%. Entretanto, em entrevista ao Diário de Goiás, nesta terça-feira (27), a diretora de Vigilância Epidemiológica do município, Grécia Pessoni, afirmou que os números da testagem em massa, por si só, não avaliam os parâmetros de transmissibilidade.
Apesar do maior número de positivados, a rede hospitalar municipal continua com menor demanda para internações, além da queda no número de óbitos pela doença prevalecer. “A testagem em si, é uma testagem destinada a contactantes de casos positivos, não é exatamente para pessoas com sintomas, porque as pessoas com sintomas devem procurar as unidades de saúde. Mas a gente tem percebido que muitas pessoas, mesmo com sintomas, têm ido para essas testagens. E apesar de a gente ter tido esse aumento da positividade, a testagem ampliada sozinha, ela não serve pra gente avaliar os parâmetros de transmissibilidade, a gente precisa também de outros parâmetros”, afirmou Pessoni.
“Ela (testagem) é um dos indicativos, mas não de forma isolada. Então por essa testagem, a gente percebeu um aumento de positividade, da transmissibilidade, mas em contrapartida, a gente tem percebido uma queda das internações e óbitos, decorrentes da Covid diariamente. Então nossa curva tem começado já a descer, graças aos decretos anteriores aplicados no município de Goiânia. Então ela é um dos indicativos que a gente utiliza, mas vários fatores precisam ser avaliados. Como é uma testagem que as pessoas podem agendar e ir, pode ter tido um viés de pessoas que já sabiam que estavam, com sintomas, terem agendado. É diferente de a gente deixar aberto e vai quem quer”, explicou a diretora.
Questionada se a flexibilização das atividades comerciais na capital pudesse ter colaborado com o aumento na positividade dos testes, Pessoni destacou os cuidados que vêm sendo tomados no atendimento e ressaltou possíveis formas de contaminação. “Creio que ainda não. A gente pode sim ter um impacto, se as pessoas não tomarem as medidas de prevenção. Porque essas aberturas precisam ser seguras. Então o que a gente tem percebido na questão do comércio é que os comerciantes têm utilizado máscara, as pessoas que vão ali, também. O que ocorre muito na questão da transmissão, não só no comércio, mas em qualquer ambiente de trabalho, é que as pessoas que já são próximas, que se conhecem, acabam tirando a máscara, almoçam juntas. Nisso é que ocorrem as principais transmissões”, ponderou.
A diretora de Vigilância Epidemiológica de Goiânia ressaltou ainda que, devido aos protocolos de segurança exigidos para a manutenção do comércio, é que as atividades não essenciais permanecem abertas e reforçou a importância da utilização das máscaras de proteção. “Até por essas questões é que a secretaria, também, a prefeitura liberou essa questão do comércio, por verificar que o comércio estava sendo aberto com segurança. Mas a gente pede cuidado das pessoas, para que tenham esse distanciamento na hora de se alimentar, evitar realmente tirar a máscara. Se precisar, ali na hora de almoçar, para que mantenha essa distância de pelo menos um metro e meio do seu colega”, frisou.