A Polícia Federal (PF) revelou um áudio comprometedor de uma conversa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que indicam que o valor citado de U$ 25 mil eram pertencentes ao ex-presidente. O inquérito investiga suposta organização criminosa que desviava e vendia presentes de autoridades estrangeiras no governo Bolsonaro.
A conversa faz parte do relatório da investigação que originou a deflagração da Operação Lucas 12:2. Na manhã desta sexta-feira (11), a PF fez buscas e apreensões contra o ex-ajudante de ordens, o pai dele, general Mauro Lourena Cid e do ex-advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef.
Investigação em andamento
O desvio e a venda de quaisquer presentes recebidos pelo presidente por governos estrangeiros é considerada ilegal. Os presentes precisam ser catalogados e incorporados ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH). Conforme o Tribunal de Contas da União (TCU), os objetos não poderiam ficar sequer no acervo pessoal de Bolsonaro, e sim, irem para o setor da Presidência da República responsável, o GADH.
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No entanto, no dia 18 de janeiro deste ano, Mauro Cid trocou mensagens com Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro à época, tratando da venda de esculturas presenteadas pelo governo do Bahrein durante viagem oficial. Segundo a análise das conversas e históricos, os investigadores entederam que general Mauro Lourena Cid estaria com o valor de US$ 25 mil.
Conforme o relatório, “possivelmente pertencentes a Jair Bolsonaro”. Ainda de acordo com a descrição, os interlocutores também evidenciaram receio de usar o sistema bancário para “repassar o dinheiro ao ex-presidente”.
Na mensagem, Mauro Cid escreveu que o dinheiro estava com seu pai e que achava melhor levá-lo pessoalmente e entregá-lo em mãos ao ex-presidente. “Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que era melhor fazer com esse dinheiro, levar em cash aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente. E aí, ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas, também pode depositar na conta. Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor, né?”, enviou Mauro Cid.
Com informações da Agência Brasil