A cerimônia de posse do prefeito Fernando Pellozo (PSD), vice, Magno Silvestre (PSD) e vereadores eleitos em Senador Canedo foi marcada por ataques e acusações de má administração por parte da gestão anterior tocada por Divino Pereira Lemes, do Podemos. Tanto Pellozo como o senador da República, Vanderlan Cardoso que esteve presente na solenidade alegaram nesta sexta-feira (01/01) que a prefeitura está numa situação ‘caótica’ e Senador Canedo ‘uma cidade arrasada’.
Pellozo levantou palavras otimistas para sua administração, mas por diversas vezes pontuou críticas ao seu antecessor. “Estamos pegando uma cidade arrasada. A população sabe bem o que a gente tá dizendo. Em todas as áreas. É um caos na saúde, falta d’água, infraestrutura.”
O atual prefeito diz que tem montado uma equipe competente para ajudá-lo a recuperar a cidade e terá o apoio do senador Vanderlan Cardoso e do governo estadual. “Temos o apoio do senador Vanderlan, temos o governo do Estado, não estamos sozinhos. Temos o povo que está conosco nesse sentimento de desenvolvimento e mudança e é com muita alegria que assumimos Senador Canedo para devolver a ela o brilho que essa cidade merece.”
E completou dizendo que a vitória é ‘do povo’. “Quero dizer que essa é uma vitória do povo. É um mandato que vamos fazer junto com o povo, junto com a Câmara Municipal. Estamos muito felizes. Senador Canedo volta a uma era de crescimento e de desenvolvimento”, pontuou Pelozzo.
Como pretende resolver os problemas? Pellozo respondeu novamente criticando a administração anterior. “A resposta é uma só: com muito trabalho e competência. O que falta em Senador Canedo é gestão. Até o momento faltou gestão, agora não falta mais. Vamos resolver o problema da falta d’água e remédio. Isso tudo é uma era que já passou, então a gente vai para cima e vamos resolver esse problema. Sou cidadão daqui também e quero essa cidade melhor.”
Quem fez coro às críticas foi o senador da República, Vanderlan Cardoso (PSD-GO) que se fazia presente no evento prestigiando o novo prefeito. Ele disse que via hoje, uma Senador Canedo igual à quando assumiu a prefeitura em 2005, no seu primeiro mandato.
“Eu não vejo Senador Canedo muito diferente de 2004. É um município rico, que tem condições de fazer uma boa administração, mas estamos chegando ao final desse mandato que encerrou ontem com o salário dos servidores atrasado. Não pagou a folha de dezembro, falta d’água como em 2005 quando nós assumimos, falta de medicamento, falta de médicos, salários atrasados”, pontuou.
Ex-prefeito diz que entrega prefeitura melhor do que recebeu e que criticas são apenas ‘discurso’
Procurado pela reportagem do Diário de Goiás, Divino Lemes diz que as criticas e ataques que vem recebendo são ‘politiqueiros’ e que querem criar uma narrativa inexistente. Ele reforça que está entregando a prefeitura bem melhor do que recebeu, em 2017, quando a gestão anterior o entregou a cidade com aproximadamente 10 milhões de restos a pagar e diz que apenas não ‘fechou com chave de ouro’ a administração por conta da pandemia do novo coronavírus.
“Eu tô entregando a prefeitura bem melhor do que recebi em 2017. Eu recebi Senador Canedo em 2017 com 90 dias sem coleta de lixo, tudo bagunçado, tudo muito desarranjado. Eu tô entregando graças a Deus em ordem.” relembrou. “Agora, eles vão ter esse discurso por um tempo para justificar mas logo isso perde força e eles tem que justificar as coisas que eles vão fazer que eu não sei explicar. Vamos aguardar…” destacou.
Sobre os salários dos médicos e servidores, ele diz que tudo está em dia. O único pagamento pendente é o de dezembro que vence no quinto dia útil de janeiro, portanto, não dá para considerar que ainda está atrasado.
“Os salários dos médicos estão relativamente em dia. Se não me falha a memória está pago em novembro. Dezembro vence no 5º dia útil. Deixamos as contas em dia. Pouca parte dos salários, o vencimento é no quinto dia útil, não dá 30% da folha. A maior parte, da educação, as autarquias estão todas pagas, décimo terceiro pago, o que é de obrigação legal nossa foi pago.”
Ele negou que há um valor milionário para a próxima administração ter que arcar com os custos, ao contrário de quando recebeu a Prefeitura, há 4 anos. “Em 2017 nós cumprimos algo em torno de dez milhões de obrigações do mandato anterior. Nós não estamos deixando esse valor para eles não.”
O ex-prefeito pontuou que a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus impediu que sua gestão fosse finalizada com ‘chave de ouro’. “Não estamos fechando com chave de ouro porque a crise pandemia e financeira é geral. Nós abrimos muito serviços para a população, que eles estão sob pretexto de economia dizendo fechar mas o povo optou e agora é aguardar.”
Sobre as acusações que vem recebendo, Divino reforçou que espera que ambos apresentem as devidas provas e a Justiça faça o julgamento. “”Compete ao acusador a prova. Você não tem crime sem prova. Ele tem de buscar prova. Ele fala aos quatro ventos, mas vamos aguardar. Tudo aquilo que pagamos tem nota fiscal e serviços prestados. Compete à ele provar. Na própria legislação nova aquele que acusa sem fundamento também pode ser condenado.”