22 de novembro de 2024
Contrariedades • atualizado em 15/01/2024 às 14:50

Associação médica se manifesta sobre postura do CFM em questionar vacinação pediátrica contra Covid

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia afirmou que "esperava uma postura digna" do órgão em relação ao tema, e que os questionamentos reforçam a hesitação vacinal da população
A vacinação contra a Covid-19 já está incluída no Calendário Nacional de Vacinação. Foto: SMS Goiânia
A vacinação contra a Covid-19 já está incluída no Calendário Nacional de Vacinação. Foto: SMS Goiânia

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia declarou seu apoio a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) em sua contrariedade em relação a postura do Conselho Federal de Medicina (CFM). O órgão, que é o maior da representante da classe médica brasileira, promoveu estudo entre os profissionais em que questionava se a aplicação da vacina contra Covid-19 deveria ser obrigatória para crianças de 6 meses a 4 anos e 11 meses, indo contra as diretrizes do Ministério da Saúde (MS).

A Associação de Alergia e Imunologia destaca que a pesquisa de opinião médica difundida pelo CFM aconteceu justamente no momento em que o Programa Nacional de Imunizações vem conseguindo retomar os índices de vacinação infantis. Nos últimos seis anos, essa foi uma tarefa difícil para o MS, visto que a cobertura vacinal despencou consideravelmente.

A vacina contra a Covid-19 já está incluída no Calendário Nacional de Vacinação desde o dia 1º de janeiro deste ano. De acordo com o Ministério da Saúde, a imunização é a principal medida de combate a doença.

Conforme a Associação, o ato de levantar esta questão sobre a vacina contra a Covid é “reforçar a hesitação vacinal” que tragicamente se abateu sobre a classe médica e sociedade em geral. Para os médicos alergistas e imunologistas, não tornar obrigatória a vacinação é dar um salvo conduto para não aplicar essa, e as demais vacinas infantis.

“O CFM deveria ter o compromisso de promover, em conjunto com o Ministério da Saúde, a vacinação infantil como um todo e não questionar suas ações”, pontuou a Associação médica. “Não se trata de livre arbítrio neste caso, sim de políticas de saúde”, destacou ainda.

Por fim, a Associação de Alergistas e Imunologistas declarou que esperava do CFM “uma postura digna da tradição do PNI brasileiro”, e pontuou: “quantos mais vamos esperar morrer por doenças preveníveis no Brasil?”.


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