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Política
| Em 3 horas atrás

Assessor de Alcides ofende jornalista e ela rebate ao vivo em emissora de rádio

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Repercutiu nesta sexta-feira (11) um vídeo com a jornalista Ravena Carvalho reclamando ter sido chamada de doida durante uma entrevista ao vivo com o deputado federal e candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia, Professor Alcides (PL), por um assessor do candidato, o também jornalista Cléber Ferreira. O incidente chamou a atenção no programa Jornal da Sucesso, na Rádio Sucesso (assista o trecho abaixo). Durante a tarde a coligação afastou profissionais da comunicação, mas não informou quais.

A apresentadora aparece rebatendo a ofensa do assessor com frases alusivas ao candidato. “Você vai desrespeitar mulher lá na faculdade do Professor Alcides, aqui não. Aqui você vai ter que me respeitar. Não sou só uma mulher aqui, sou uma jornalista e no exercício da minha função. O senhor vai ter que me respeitar”, disse ao microfone para o assessor. Alcides aparenta grande desconforto, abaixa rapidamente a cabeça e pede apenas para continuar respondendo à pergunta.

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Ao Diário de Goiás, Ravena disse que havia feito uma pergunta ácida ao candidato, “nos mesmos moldes das perguntas feitas ao concorrente dele (Leandro Vilela do MDB) na véspera e dos outros entrevistadores como o Coronel Urzeda”, citou.

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O assunto era a demissão de Alcides Ribeiro por abandono do cargo de professor do Estado, que tem sido questionado judicialmente. Como o candidato disse em entrevistas que na época uma série de fatores o levaram a desistir do cargo, entre eles porque estava cansado, a apresentadora disse que questionou se ele se sentisse cansado da prefeitura de Aparecida não poderia fazer o mesmo e deixar o vice governar. “Isso não seria uma irresponsabilidade?”, perguntou.

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Segundo ela, contudo, assim que o questionamento foi feito, nos bastidores do estúdio, o assessor a ofendeu. “Ele me chamou de doida e ficou girando o dedo ao redor da cabeça, sinalizando que eu era desequilibrada. Não aceitei. Falei para agirem assim lá na faculdade dele [Alcides]”, descreveu. Nessa hora Ravena acabou proferindo um palavrão para reproduzir um xingamento que aconteceu na instituição de ensino de Alcides e que tem sido explorado durante a campanha, pelo tom ofensivo às mulheres.

Mais ofensas

Ela admite que no campo profissional deveria ter se limitado a desligar o microfone e exigir a saída do assessor, mas no campo pessoal não suportou a ofensa durante seu trabalho. “Sou radialista, jornalista formada e pós-graduada em teoria política. Se hoje faço jornalismo opinativo voltado para a política, é porque tenho bagagem para isso, então não aceito ser desrespeitada como foi durante o programa e como está sendo agora nos comentários em redes sociais e matérias publicadas, com muitas ofensas a meu respeito”, completou.

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Coligação fala em troca de mais assessores

Mesmo assim, a jornalista disse que espera esquecer o episódio. Ela recebeu uma nota da coordenação-geral da coligação de Alcides e a enviou para o DG. Na nota, é informado que a coligação “substituiu a assessoria de imprensa da campanha eleitoral nesta sexta-feira, 11 e que no início desta semana, Professor Alcides também trocou a coordenação do marketing político”. Ravena interpretou a nota como um pedido de desculpas.

Entretanto, de sua parte, sem falar em afastamentos ou enviar a nota, o assessor de imprensa de Alcides, jornalista Ronaldo Coelho, negou que tenha havido um pedido de desculpas. “Não existe nota sobre essa questão”, observou.

Versão de Cléber Ferreira

Também Cléber Ferreira se pronunciou sobre o incidente. Em sua versão, ele chamou a apresentadora de desequilibrada por conta de “uma sequência de ataques ao candidato e que [ela] não deixava o professor responder. [Ela] foi colocando uma narrativa atrás da outra sem dar oportunidade dele responder, então eu falei ‘essa mulher está desequilibrada’, não deixa ele responder e ela deu aquela crise toda”, afirmou Ferreira ao DG.

Ele nega que tenha tentado interferir na entrevista, mas admite que “tomou as dores do assessorado para que a entrevista fluísse”. E prosseguiu dizendo que “não houve nenhuma discussão de gênero. Era uma profissional que estava sendo indelicada, antiética”, acusou.

Ferreira disse que nunca teve uma manifestação de machismo e que é assessor institucional da Unifan, pertence ao Professor Alcides. “Não tenho intenção de alimentar isso, não me senti atingido em nada”, finalizou, dizendo que considera o assunto encerrado.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.