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Categorias: Política
| Em 12 anos atrás

As duvidas e dificuldades da oposição na assembleia

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A oposição na assembleia legislativa vive uma crise existencial, não se sabe do verdadeiro tamanho da bancada. Se contarem somente os partidos, a oposição tem 16 deputados, mas na pratica a conta é outra. Em reportagem do jornal tribuna do planalto é questionado a crise de confiança da oposição. Com atuações que somente mostraram fragilidade nesse ano de 2013, o repórter Daniel Gondim fez um raio-X de cada parlamentar e os problemas enfrentados por cada um para fazer uma oposição mais forte. A situação é tão complicada que um deputado da situação afirmou que “ o governador só não dobra um deputado na oposição”.

Quem é quem na atual bancada de oposição

Bruno Peixoto – PMDB
Votos em 2010: 35.424
Principal base eleitoral: Goiânia
Legislaturas*: 1
Situação: É o líder do PMDB na Assembleia, mas tem postura questionada em alguns momentos. Bruno é frequentemente criticado por ensaiar aproximações com o governador. Em uma dessas ocasiões, logo depois do período de eleições municipais, o peemedebista levou prefeitos de suas bases para visitar Marconi no Palácio, desagradando lideranças do próprio partido.
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Daniel Vilela – PMDB
Votos em 2010: 36.382
Principal base eleitoral: Aparecida de Goiânia e Goiânia
Legislaturas*: 1
Situação: O peemedebista tem o sonho de ser governador como o pai, Maguito Vilela. Até por isso, é sempre cobrado para ter uma postura mais combativa em relação à administração estadual. Dentro do PMDB, Daniel se sobressai, aproveitando da postura tímida dos outros partidários. Nos últimos meses, ele até aumentou o tom, mas, a proximidade do pai com o governador respinga também no deputado.
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Francisco Gedda – PTN 19
Votos em 2010: 14.730
Principal base eleitoral: Jataí
Legislaturas*: 1
Situação: Aliado do ex-governador Alcides Rodrigues (PP), o parlamentar é um dos que mais cobra dentro da bancada de oposição. Por causa da proximidade com o pepista, que de aliado passou a ser inimigo político de Marconi, Gedda tem muita dificuldade de acesso a Perillo, o que, de certa forma, facilita a postura mais combativa do deputado em relação à administração estadual.
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Humberto Aidar – PT
Votos em 2010: 29.499
Principal base eleitoral: Goiânia
Legislaturas*: 4
Situação: O petista é amigo do governador Marconi Perillo e não esconde a relação. Isso, porém, não é bem visto dentro da oposição, que, ainda que de forma velada, questiona a postura de Humberto em relação ao governo. No fim do ano passado, por exemplo, Aidar teria quebrado um acordo de não participar de um almoço no Palácio das Esmeraldas, que foi organizado pelo tucano para as bancadas aliadas federal e estadual.
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Isaura Lemos – PCdoB
Votos em 2010: 21.564
Principal base eleitoral: Goiânia
Legislaturas*: 4
Situação: Isaura foi eleita pelo PDT, que, em 2010, esteve coligado com o então candidato Vanderlan Cardoso (sem partido). Logo no início da atual legislatura, ela passou a integrar a base aliada do governador Marconi Perillo, de onde saiu no ano passado. Por causa das idas e vindas e da postura discreta como parlamentar de oposição, a comunista é vista com desconfiança dentro da bancada.
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José Essado – PMDB
Votos em 2010: 24.511
Principal base eleitoral: Inhumas
Legislaturas*: 4
Situação: O peemedebista era primeiro suplente na coligação e assumiu o mandato em janeiro. Na primeira legislatura de que participou, não obteve destaque como opositor. Agora, novamente, tem atuação mais discreta e voltada para o município de Inhumas, onde já foi prefeito. Foi um dos suspeitos de ter ‘traído’ a oposição, no caso da retirada das assinaturas das CPIs.
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Karlos Cabral – PT
Votos em 2010: 14.427
Principal base eleitoral: Rio Verde
Legislaturas*: 1
Situação: Em seu primeiro mandato, Karlos conseguiu relativo destaque, chegando a ser líder do partido na Assembleia, cargo que ocupa até hoje. Atualmente, o petista é um dos articuladores do grupo e tem prestígio. Ele, porém, ainda é visto como alguém que necessita de mais experiência para poder enfrentar de frente o grupo do governador Marconi Perillo.
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Luis Cesar Bueno – PT
Votos em 2010: 23.355
Principal base eleitoral: Goiânia
Legislaturas*: 3
Situação: É uma das principais figuras do partido na Assembleia e também tem papel de destaque dentre os deputados de oposição. O petista era visto constantemente em conflito com o ex-presidente da Assembleia, Jardel Sebba (PSDB), e, atualmente, também entra em rota de colisão com o atual dono do cargo, Helder Valin (PSDB). Recentemente, porém, foi acusado de ter indicado pessoas que ocupam cargos na atual administração marconista.
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Luiz C. do Carmo – PMDB
Votos em 2010: 27.575
Principal base eleitoral: Goiânia
Legislaturas*: 2
Situação: É irmão do pastor Oídes José do Carmo, que tem grande influência dentro do segmento evangélico. Por causa disso, está sempre atento aos interesses do grupo e, principalmente, da igreja. É visto pelos colegas de bancada como sincero e confiável, mas em poucas oportunidades deu demonstrações de que irá desempenhar um papel real de oposição ao governo estadual.
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Major Araújo – PRB 10
Votos em 2010: 33.092
Principal base eleitoral: Goiânia
Legislaturas*: 1
Situação: Com base eleitoral junto ao segmento militar, foi eleito na base do governador, mas, descontente com os rumos da segurança pública, mudou-se para a oposição. Mesmo quando era da situação, Major teve atitudes de oposição, como quando desafiou candidatura única de Helder Valin (PSDB) à presidência da Assembleia. Visto como um dos poucos a incomodar o governo, ele, porém, já mostra sinais de insatisfação em relação a atuação de outros oposicionistas.
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Mauro Rubem – PT
Votos em 2010: 17.719
Principal base eleitoral: Goiânia
Legislaturas*: 3
Situação: Ligado aos setores de saúde e de defesa dos direitos humanos, o petista é crítico constante da administração marconista, ao mesmo tempo em que também é a vítima preferida dos ataques dos governistas. Recentemente, porém, Mauro viu a prefeita de Goiás, Selma Bastos (PT), elogiar o governador Marconi Perillo, colocando o parlamentar em “saia-justa”.
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Nélio Fortunato – PMDB
Votos em 2010: 28.290
Principal base eleitoral: Trindade
Legislaturas*: 1
Situação: Em seu primeiro mandato, o peemedebista mostrou pouco trabalho até agora. Eleito com o apoio da prefeitura de Trindade – o irmão, Ricardo Fortunato (PMDB), era prefeito do município -, não parece se importar com as questões políticas dentro da Casa. Além disso, é visto com pouca frequência na Assembleia, o que o impede de ter maior participação nas articulações.
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Ney Nogueira – PARTIDO PROGRESSISTA
Votos em 2010: 24.059
Principal base eleitoral: Goiânia
Legislaturas*: 1
Situação: Suplente, o pepista assumiu o mandato em janeiro passado e, de cara, já enfrentou “saia justa”, pois é da ala ligada ao ex-governador Alcides Rodrigues. Como o PP está atualmente do lado do governador, Ney decidiu manter a linha da campanha e se alinhou com a oposição. Apesar da timidez, é elogiado pelos colegas, já que não tem dificuldades de seguir as orientações.
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Paulo C. Martins – PMDB
Votos em 2010: 42.747
Principal base eleitoral: Quirinópolis
Legislaturas*: 2
Situação: Paulo não tem a simpatia de peemedebistas, que avaliam que ele não faz um bom papel de oposicionista. O recente episódio da assinatura em favor da CPI do Rodovida, e a posterior retirada, contribuiu para reforçar essa imagem do peemedebista, que já foi líder da sigla na Assembleia. Por causa do recuo, chegou-se a especular uma punição ao deputado, mas o fato não foi confirmado.
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Samuel Belchior – PMDB
Votos em 2010: 43.324
Principal base eleitoral: Goiânia
Legislaturas*: 2
Situação: Depois de ficar licenciado para ser secretário na prefeitura de Goiânia, o peemedebista voltou à Assembleia no fim do ano passado. Na mesma época, foi eleito presidente regional do PMDB. Como dirigente da sigla, era esperado que Samuel tivesse postura mais firme, mas ele tem estilo discreto. Além disso, preocupado com a organização do partido para 2014, tem se ausentado com frequência do plenário, impossibilitando maior participação.
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Simeyzon Silveira – PSC
Votos em 2010: 15.766
Principal base eleitoral: Goiânia
Legislaturas*: 1
Situação: Ligado ao segmento evangélico – é filho do apóstolo Sinomar Silveira, da Igreja Luz para os Povos -, foi suplente e assumiu mandato em janeiro. Chegou prometendo independência e referendado pelo projeto de “terceira via”, mas, na primeira oportunidade, voltou atrás na assinatura das CPIs, quebrando acordo feito anteriormente com a bancada oposicionista. Com isso, perdeu credibilidade com os integrantes do grupo.
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“O governador só não dobra um na oposição”, ironiza governista
A base aliada de Marconi na Assembleia assiste tranquila à crise de confiança da oposição. Com maioria na Casa, os governistas não teriam dificuldade de fazer as vontades do líder tucano, mas com a oposição batendo cabeça, o trabalho fica ainda mais facilitado. Além disso, um parlamentar, próximo ao governador, não vê muitas chances de que os oposicionistas coloquem Perillo contra a parede.
“A oposição só tem um deputado que o governador não dobra, que é o (Francis¬co) Gedda. Não é porque ele tem um perfil de oposição, mas porque já conseguiu tudo o queria do governo quando o Alcides era governador”, atesta o governista. O argumento do parlamentar é de que todos os oposicionistas possuem um ponto fraco, o que pesaria a balança em favor de Marconi Perillo em supostas negociações.
Assim, atender pedido de obras em bases eleitorais, aprovar ou vetar leis propostas e até viagens oficiais seriam “moedas de trocas” para diminuir o ímpeto de deputados oposicionistas. Em alguns casos, seria possível até que parlamentares de partidos contrários ao governador indicassem nomes para ocupar cargos na administração estadual.
Por fim, mais uma situação diminuiria a força que a oposição tem na Assembleia, que é justamente a falta de atitude de parte dos deputados contrários ao governador. “É preciso diferenciar a atitude do discurso. No plenário, é fácil, quase obrigação, subir e criticar a administração do governador. Fora de lá, porém, a atitude muda”, critica.
Atuação
No episódio da votação do processo do STJ contra o governador, a oposição reclamou da votação secreta, que, segundo eles, teria facilitado as ‘traições’. “Uma coisa que é passada de hora nesta Casa é acabarmos com a votação secreta. Até veto aqui nós temos que votar secretamente. Isso existia antigamente quando os deputados tinham medo do governador. Nos dias atuais, acredito não ser mais necessário”, declarou Humberto Aidar na sessão do dia 27 de março.
A baixa quantidade de votos, porém, não pode ser contabilizada só à votação secreta, já que, em outras oportunidades, a oposição teve chance de demarcar território, mas deixou passar. Além disso, os principais problemas sofridos pela oposição decorrem mesmo da falta de combatividade dos deputados, que, em conjunto com a “mão pesada” do governador, provocam um esvaziamento no grupo.
Uma explicação para a falta de atitude dos deputados decorre dos compromissos dos deputados com os segmentos que representam. Parlamentares que têm ligação com setores religiosos, por exemplo, estão à mercê das vontades das igrejas, como é o caso de Simeyzon Silveira, filho do apóstolo Sinomar Silveira, e de Luiz Carlos do Carmo (PMDB), irmão do pastor Oídes José do Carmo.
Além disso, deputados que representam localidades específicas também têm receio de ter posicionamento contrário ao governador. Nesse sentido, Nélio Fortunato e José Essado, ambos do PMDB, teriam ressalvas a fazer um papel mais firme de oposição, com medo de que os municípios que representam, Trindade e Inhumas, respectivamente, possam sofrer as consequências.

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