Ao trabalhar durante toda a vida em empresas privadas e, posteriormente, no setor público, a administradora Luzia Figueiredo, agora aposentada, não imaginava que faria tanto sucesso na internet com os crochês que produz. Mas, foi o que aconteceu. Pouco mais de um ano depois de começar a comercializar o artesanato manual, ela já soma mais de 100 mil seguidores em uma rede social e já está com a agenda lotada de encomendas até o final do ano.
Ela conta que aprendeu a crochetar ainda criança, com a avó. E, quando mais nova, chegou a fazer alguns tapetes para si e para a mãe, mas logo entrou na faculdade, se formou e se especializou, e trabalhou por 35 anos entre serviço público e empresa privada. Tudo mudou quando ela tirou duas licenças às quais tinha direito, ocasião em que chegou a pensar qual atividade a auxiliaria a não ficar ociosa neste período, uma vez que o marido dela trabalha e o filho faz faculdade.
Foi aí que, ao presentear uma cunhada com um jogo americano de crochê, ouviu dela uma sugestão. “Regina, minha cunhada, me disse: por quê você não faz os jogos para vender, e posta no Instagram? seu trabalho é lindo”, conta.
E assim Luzia fez. Começou a postar, e logo viu o número de seguidores crescer e o de pedidos aumentar. Nesse tempo, em janeiro deste ano, veio a aposentadoria e ela passou a se dedicar integralmente ao trabalho artesanal. “Comecei a postar, sozinha, e o crescimento começou a acontecer, de forma orgânica. Eu não pensava em comercializar, mas tudo foi acontecendo naturalmente. Em julho de 2021 eu tinha 6 mil seguidores, hoje, um ano depois, tenho 107 mil”, destaca.
Segundo ela, logo que começou a divulgar o trabalho nas redes sociais, as encomendas começaram a aparecer, inclusive para fora do Brasil, e não deu tempo sequer de estruturar o conteúdo – feito sempre com muito capricho. “Já enviei minhas peças de crochê para estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas, e também para países como Canadá, Estados Unidos e Suíça, e sempre recebo solicitação de diversos outros países que não tenho como atender no momento por conta da demanda”, pontua.
Isso porque, com o boom de admiradores do trabalho que conquistou, mesmo trabalhando cerca de 6 a 8 horas por dia, ela precisou fechar a agenda de pedidos para esse ano. “Queria que o dia tivesse 48 horas”, brinca, contando que o dia ficou corrido depois do aumento da procura, mas que, mesmo assim, faz crochê com tranquilidade e com calma. “Eu me divirto sozinha fazendo crochê. Tudo aquilo que fazemos tem que ser para sermos felizes”, ressalta.
LEIA TAMBÉM: Mulheres chefiam 53,3% dos domicílios em Goiânia, aponta IBGE (diariodegoias.com.br)
Lista de espera
Ela conta que tem uma lista de espera de clientes já para 2023. “Para clientes que querem muito o crochê eu faço uma lista de espera. Elas não abrem mão e não se importam que seja somente em 2023. Hoje a lista já está com quase 50 pessoas”, conta Luzia.
Sobre trabalhar sozinha, Luzia conta que, agora, está analisando trabalhar com mais alguém. Mas não no crochê, e sim, para auxiliá-la nas redes sociais. “Me cobram muito um canal no Youtube para que eu passe algumas dicas. Só que é muito corrido para fazer os crochês, postar, responder as perguntas, então por enquanto estou só com o Instagram, porque no Youtube tem que ser tudo bem organizado e programado, e fica um pouco complicado associar tudo, por isso estou analisando”, revela.
Significados
Luzia conta que todo crochê que faz é especial, já que as peças farão partes de bons momentos na família em que passarem a integrar. Cheia de histórias para contar, ela destaca uma, de um pedido muito especial que recebeu. “Cada encomenda é uma história, e acabamos ‘amigas de crochê’. Uma vez, uma cliente me passou as cores e falou que havia ganhado uma louça da avó de presente de casamento, há mais de 20 anos, e queria um jogo americano que combinasse. Prontamente, falei: manda a foto da louça e deixa comigo. Fiz e ela adorou o resultado, ficou muito contente”, conta
E, para ela, o mais importante além do amor e do carinho que existem em um trabalho artesanal, é levar amor, paz e união às famílias por meio do crochê. “A missão da mesa posta é unir as famílias com mais amor. Fazer crochê e incentivar ou ajudar quem está começando a fazer também são coisas que me fazem sentir muito bem. Me trazem paz equilíbrio”, finaliza.
Para conhecer o trabalho de Luzia, ou fazer uma encomenda, basta acessar a rede social dela: Luzia Figueiredo Crochê.
Leia mais sobre: empreendedorismo / empreendedorismo feminino / Goiânia / Sucesso / Variedades