Após nova reunião de membros do Adufg-Sindicato (Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás) com o Governo Federal na Mesa Específica e Temporária da Educação do Magistério Federal, na última quarta-feira (15), uma nova assembleia foi convocada para decidir o aceite da proposta final apresentada e a manutenção da greve dos professores da Universidade Federal de Goiás (UFG). Na próxima terça-feira (21) o sindicato dos docentes abrirá votação, com divulgação do resultado prevista para a quinta-feira (23).
A greve dos professores da UFG foi deflagrada no dia 07 de maio. Os docentes reivindicam reajustes salariais e um plano de carreira mais atrativo. Diante das propostas apresentadas pela categoria, o Governo Federal apresentou contraproposta, que manteve o reajuste salarial de 9% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026, sem reajuste para 2024. No entanto, foi acatada a contraproposta da Proifes-Federação de substituição das classes A/D I e B/D II por uma classe de entrada. Sobre os steps, o governo também atendeu a demanda da entidade, com 4,5% em 2025 e 5% em 2026.
O Conselho Deliberativo da Proifes se reuniu nesta quinta (16) para avaliar a proposta, bem como apresentá-la de forma mais detalhada às bases dos sindicatos federados. Representantes do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) afirmaram que esta é a última oferta do governo. Assim sendo, cabe a avaliação do sindicatos pela manutenção ou suspensão da greve e aceite da proposta apresentada.
O presidente da Adufg, Geci José Pereira da Silva, explicou a proposta do governo ao Diário de Goiás, conforme as reivindicações da categoria. “Os reajuste de 2025 e 2026 vão de 12,8% a 31,2%, dependendo da posição que você está na carreira. O reajuste maior é para a entrada da carreira. Foi uma tentativa de valorizar a carreira e priorizar mais a entrada, ter uma carreira mais atrativa na busca dos jovens talentos para trabalhar na universidade”, pontuou Geci. As propostas terão impacto total na folha de 15,9%.
Geci detalhou, ainda, que após a assembleia, agendada para a próxima terça (21), será aberta uma nova votação online para decidir se a proposta será aceita e se haverá o prosseguimento ou não da greve na UFG. “Os professores vão analisar essa proposta e quinta-feira (23) sai o resultado da consulta eletrônica sobre permanecer ou não de greve, aceitar ou não a proposta apresentada pelo governo”, destacou o presidente da Adufg.
Nas redes sociais, os professores da UFG demonstraram descontentamento com a contraproposta final apresentada pelo governo. Nos comentários na página do sindicato dos docentes da UFG, muitos se mostraram insatisfeitos com a falta de reajuste para 2024.
Ao Diário de Goiás, o professor e coordenador do PPGS (Programa de Pós-graduação em Sociologia), Faculdade de Ciências Sociais da UFG, Flávio Sofiati, destacou que seu posicionamento, no momento, é pela manutenção da greve. “Diante do que o governo ofereceu, ou seja, o governo ofereceu zero aumento em 2024, eu entendo que seria necessário continuar a greve”, pontou.
O professor destacou que o reajuste apresentado não supre as necessidades da categoria, cujo interesse inicial era de não ter que aderir à paralisação em detrimento do comprometimento do calendário acadêmico. “Nós somos professores de uma universidade pública federal que presta serviços de qualidade para a sociedade. E o que nós exigimos, nesse momento, é uma recomposição orçamentária com investimento na universidade pública, mas também com relação às reposições salariais, considerando que nos últimos anos, enfim, nossa capacidade, nosso poder aquisitivo foi achatado”, argumentou Flávio.
Em apoio aos professores, os alunos da universidade iniciaram movimento e pela suspensão do calendário acadêmico da instituição, na última semana. Além de simpatia à causa dos docentes, os estudantes querem evitar intervalos sem e com aulas, visto que alguns professores decidiram não aderir. Atualmente, mais de 30 cursos estão com as aulas suspensas em função da decisão.