23 de dezembro de 2024
Mundo

Após legalizar casamento gay, Taiwan recebe primeira mostra LGBTQ da Ásia

Após ter sido o primeiro país asiático a legalizar o casamento gay no último dia 24, Taiwan ganhará uma exposição que aborda questões LGBTQ no próximo dia 9 de setembro, no Museu de Arte Contemporânea de Taipei (Moca Taipei).

A “Spectrosynthesis – Asian LGBTQ Issues and Art Now” contará com cerca de 50 obras de 22 artistas de etnia chinesa vindos de Hong Kong, Cingapura e América do Norte, e é a primeira exposição com essa temática realizada num museu administrado pelo governo da Ásia.

“Uma das mais fortes mensagens dessa mostra é a abertura e o suporte do governo. Isso estabelece um exemplo dentro da Ásia”, diz Patrick Sun Kai-yit, fundador da Sunpride Foundation, uma organização sem fins lucrativos que planeja a exposição há dois anos.

“Taiwan é amplamente reconhecido como o país mais progressivo [da Ásia] em relação ao movimento por igualdade de direitos dos homossexuais. Podemos evidenciar pela decisão da Suprema Corte em 24 de maio à favor do casamento gay. Taipei é a escolha natural e perfeita para a primeira parada da ‘Spectrosynthesis’, mas nós planejamos levar a mostra para outras cidades do continente”, afirma.

Questões como identidade, igualdade, opressão social, abordagem midiática e índice de mortalidade dentro da comunidade LGBTQ são foco da mostra, ao contrário da sexualidade dos artistas, que não é comentada.

“Não especificamos a sexualidade de todos os artistas porque acreditamos na fluidez das identidades e que aqueles que se identificam como heterossexuais também podem criar arte relevante para o que queremos explorar aqui”, explica.

O ponto de partida da exposição será o “espectro de luz”, fenômeno que ocorre quando a luz branca sofre refração de um meio para o outro e se dispersa em raios coloridos, uma referência às cores presentes na bandeira gay. O neologismo “Spectrosynthesis”, presente no título, é uma combinação das palavras espectro e fotossíntese.

“Fotossíntese se refere a como as criaturas vivas se beneficiam da luz e para as quais, nesse caso, não há uma única fonte de luz mas um espectro de luz, representando gênero e diversidade. Nós acreditamos que o mundo pode ser um lugar mais harmonioso se nós pudermos ser mais inclusivos e acolhedores a respeito da diversidade de gênero, assim todos poderão ter orgulho de quem são”, diz Sun. (Folhapress)


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