05 de dezembro de 2025
Aterro sanitário

Após interdição, ato neste domingo (29) pede fechamento do lixão de Padre Bernardo

Moradores afirmam que a região não voltará a ser a mesma
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O lixão de Padre Bernardo, chamado de Aterro Sanitário Ouro Verde, que desabou no último dia 18 e foi interditado pela justiça na última quinta-feira (26), deixou marcas na comunidade, que realiza neste domingo (29) ato em prol do fechamento definitivo do local.

“O nosso ato é para chamar atenção da sociedade para que nunca mais reabra. E que toda essa montanha de lixo seja retirada de nossa comunidade. Nunca mais pode funcionar”, ponderou o vigilante Sebastião Fernandes, que faz parte da liderança comunitária da região, para matéria da Agência Brasil.

À reportagem, moradores da região relataram desespero e problemas pessoais causados em função do desastre. Um exemplo é a aposentada Rosileuda Rodrigues, de 57 anos, que chegou a ficar internada por três dias por problemas respiratórios. “Mesmo depois de interditado, o cheiro continua forte. Acho que nunca mais nosso lugar vai ser o que já foi”, lamenta.

Desastre ambiental

De acordo com a reportagem, segundo o engenheiro florestal Fábio Miranda, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o lixão de Ouro Verde, monitorado desde a sua implantação, se tornou um desastre ambiental sem precedentes na região.

“Foram diferentes autuações e embargos. Não havia autorização ambiental, nem licenciamento e funcionava sob liminar. Essa área já era embargada há bastante tempo pelo ICMBio e pelo Estado e mesmo assim continuava funcionando”, lamenta.

Miranda avalia que a população era vigilante e sempre denunciava. Após o desabamento no dia 18, o Ministério Público levou, de novo, à Justiça o pedido para interditar o lugar. No dia 26, o juiz federal Társis Augusto de Santana Lima, de Luziânia, em Goiás, tomou a decisão que voltou a animar a comunidade, o que incluiu bloquear R$ 10 milhões das contas da empresa e deixar indisponíveis bens avaliados em R$ 2,2 milhões.

O desmoronamento, segundo Fábio Miranda, do ICMBio, foi o maior desastre da região. “É uma montanha de 40 mil metros cúbicos de lixo que está despejando um líquido altamente poluidor, que vai contaminar por muito tempo esse curso d’água”, frisou. A gente ainda não tem dimensão até onde ele vai chegar”, acrescentou.


Leia mais sobre: Cidades