A autoridade eleitoral do Peru nomeou nesta segunda-feira (19/07) o socialista Pedro Castillo como o próximo presidente do país, após ter oficialmente vencido o segundo turno da eleição em 6 de junho contra a candidata de direita Keiko Fujimori, que aceitou o resultado, mas disse que foi roubada.
O resultado oficial havia sido adiado por apelações de Fujimori que buscavam anular algumas cédulas por acusações de fraude. Ela disse, no entanto, que era obrigada por lei a reconhecer a decisão do Júri Nacional de Eleições.
“Proclamo Pedro Castillo presidente da República e Dina Boluarte vice-presidente”, anunciou o chefe do órgão eleitoral, Jorge Salas, durante uma cerimônia pela televisão na noite de segunda-feira.
No começo do dia, Fujimori havia dito que reconheceria o resultado oficial “porque é o que a lei e a Constituição que jurei defender ordenam. A verdade sairá de um jeito ou de outro”.
“Eles roubaram milhares de votos de nós”, afirmou Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, em uma entrevista coletiva. Ela convocou seus apoiadores para protestos.
“Temos o direito de nos mobilizar… mas de maneira pacífica e dentro dos parâmetros da lei”, disse.
A Organização dos Estados Americanos (OEA), a União Europeia e o Reino Unido disseram que a eleição foi limpa. A embaixada dos Estados Unidos em Lima enviou um tuíte saudando o anúncio. “Valorizamos nossas relações próximas com o Peru e esperamos fortalecê-las com o presidente eleito Pedro Castillo após a sua posse, em 28 de julho”, disse o tuíte.
Castillo, em seus primeiros comentários como presidente eleito, pediu unidade nacional. “Peço esforço e sacrifício na luta para tornar este um país justo e soberano”, disse.
Ex-professor de 51 anos de idade e filho de camponeses, Castillo prometeu reformular a Constituição e aumentar impostos de mineradoras. O Peru é o segundo maior produtor de cobre do mundo.
Mas ele amenizou sua retórica nas últimas semanas, indicando uma abordagem mais moderada e amigável ao mercado. Castillo disse na segunda-feira que trabalharia pela estabilidade econômica.
“Peço que Keiko Fujimori não coloque barreiras na minha frente, para que possamos seguir em frente e fazer deste um governo para todos os peruanos”, disse.
Leia mais sobre: Mundo