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Apesar da falta de futebol bonito, Brasil mantém otimismo para a Copa do Mundo no Catar

A partir de janeiro de 2021, ficamos a menos de dois anos da próxima Copa do Mundo a ser realizada no Catar em 2022. Pela primeira vez na história o evento será realizado no fim do ano, ao contrário da prática outrora comum de fazê-lo na metade do ano – coincidindo com o verão no hemisfério norte e com o inverno no hemisfério sul, entre junho e julho.

Mais uma vez, o Brasil chega cheio de esperanças pela conquista do hexacampeonato. Com Itália e Alemanha chegando ao tetra em 2006 e 2014, respectivamente, a margem de liderança isolada da Seleção na lista de maiores campeões da Copa do Mundo, publicada pelo portal Globoesporte, fica cada vez menos confortável. Só há uma única resolução para este problema: trazer mais um troféu mundial para casa.

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Por sorte, o Brasil tem se mostrado extremamente sólido em seus resultados desde o fim de 2019. A última derrota foi um placar simples de 1 a 0 contra a Argentina, em um amistoso realizado em novembro de 2019. Desde então a Seleção só coleciona vitórias, incluindo um 2 a 0 contra o Uruguai no quarto jogo das Eliminatórias da CONMEBOL para a Copa do Mundo.

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Mas enquanto os resultados têm sido excelentes, as performances do país têm deixado a desejar. É um problema que ocorreu também no período pré-Copa do Mundo de 2018, que, se não for resolvido a tempo, pode levar o Brasil a uma nova decepção como a ocorrida contra a Bélgica, há dois anos.

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Os perigos ao lado

O comandante da Seleção, Tite, chegará ao seu quinto ano como líder da equipe em junho deste ano. São quase inexistentes as indicações de que a Confederação Brasileira de Futebol esteja insatisfeita com seu trabalho atual, ainda mais face aos resultados recentes, como as quatro vitórias nos quatro primeiros jogos das Eliminatórias da Copa.

A combinação de bons resultados no campo por parte da equipe de Tite, em conjunto com a boa fase de alguns jogadores-chave dos planos do treinador – como o meio-campista Arthur, o zagueiro Marquinhos e o atacante Roberto Firmino – traz um bom ar de confiança ao Brasil, que se reflete nas odds de casas de apostas online, que tem a seleção como a atual favorita ao título da Copa do Mundo. Além dos veteranos supramencionados, há ainda o surgimento de potenciais grandes valores, como o lateral Renan Lodi, o meio-campista Douglas Luiz e o atacante Vinícius Júnior, que podem adicionar ainda mais valor (e força) ao “empurrão” pelo título no Catar.

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Mas isso não significa que Tite e a Seleção devem “baixar a guarda”, considerando o perigo que outras seleções trazem às chances de conquistar o hexa de uma vez por todas. Principalmente quando se considera o domínio quase completo dos europeus na conquista de títulos internacionais tanto a nível de clube quanto de seleções nacionais desde a última vez que o Brasil levantou o troféu mundial em 2002, na Copa do Mundo realizada na Coreia do Sul e no Japão.

O “maior perigo” ainda é a França, última campeã da Copa do Mundo, que mantém o técnico Didier Deschamps como líder e tem um dos plantéis mais talentosos e jovens do mundo, com nomes como o goleiro Mike Maignan e o atacante Kylian Mbappé. Enquanto a Alemanha, após a grande decepção de falhar em sair da fase de grupos da última Copa na Rússia, tentará melhorar (e muito) o resultado a partir da potência ofensiva trazida pelos jovens atacantes Timo Werner, Leroy Sané e Serge Gnabry.

Isso não significa que nossos vizinhos também não representem uma ameaça a um potencial título da Seleção em 2022. Assim como a Argentina surpreendeu o mundo em 2014 ao chegar à final da Copa contra a Alemanha em pleno Maracanã graças a Lionel Messi, ela pode muito bem repetir esse feito no Catar mesmo com o grande talento geracional não estando mais no seu auge físico. O Uruguai e sua mentalidade guerreira em campo também pode trazer grandes problemas a adversários e consequentemente ao Brasil, ainda mais se os atacantes Edinson Cavani e Luis Suárez continuarem a mostrar que a idade não é empecilho para grandes jogadores do esporte.

Inspiração em potencial

Os resultados alcançados por Tite em sua etapa atual de trabalho não são a grande fonte de preocupação para os especialistas no esporte. O problema é justamente a falta de “futebol bonito” que o Brasil apresenta, apesar dos grandes nomes que tem à disposição – muitos deles em boa fase.

Infelizmente esse não é um problema limitado a Tite, uma vez que outros técnicos da seleção tiveram problemas semelhantes no passado. O mais notável foi seu predecessor, Dunga, cuja liderança na terrível campanha do Brasil na Copa América de 2016 – em que o Brasil não conseguiu nem sair da fase de grupos do torneio – em conjunto com péssimos resultados nas Eliminatórias da Copa de 2018 levaram à sua demissão.

Não é possível resumir a falta de bom futebol apresentado pelo Brasil em questões de filosofia do jogo. O técnico Luiz Felipe Scolari, conhecido por seu conservadorismo tático, conseguiu usar da melhor maneira possível os talentos de Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo, atacantes que lideraram os esforços do Brasil na conquista da Copa em 2002 e que foram eleitos como um dos maiores trios de todos os tempos, como demonstra matéria publicada no site Gazeta Esportiva.

Foi o balanço entre um futebol vistoso no ataque e uma defesa extremamente sólida que trouxe o pentacampeonato da Copa do Mundo para o Brasil. Talvez seja essa a receita para que Tite consiga adicionar mais um troféu para a seleção, marcando de uma vez por todas seu lugar na história da equipe e justificando também o longo investimento feito pela CBF na manutenção da sua posição como líder do Brasil desde 2016.

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