Apenas 39% dos idosos tomaram a vacina contra a influenza (gripe comum) no Brasil, segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde. Isso significa que dos cerca de 30,2 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, 11,9 milhões já receberam a injeção. Os mais velhos estão entre os primeiros grupos com direito a receber a proteção pelo calendário da campanha nacional, que começou em 4 de abril em todo o País. No Estado de São Paulo, a taxa é de 45,1%.
A campanha começou inicialmente para idosos com mais de 60 anos e trabalhadores da área da saúde. Alguns Estados e cidades anteciparam a imunização, a exemplo da capital paulista, que começou a aplicação em 27 de março com a aplicação da dose em idosos acima de 80 anos. Nas últimas semanas, diante do aumento de infecções pela covid-19, o Brasil tem registrado aumento de doenças respiratórias. Especialistas, por isso, recomendam proteção aos grupos mais vulneráveis como forma de evitar agravamento e idas desnecessárias ao hospital.
O segundo grupo é o infantil: de bebês de 6 meses a crianças de até 5 anos, gestantes e puérperas (mulheres nas primeiras semanas após o parto). Entre as crianças, a taxa de protegidos não passa de um terço. Das 43,1 milhões de crianças elegíveis, só 14,3 milhões receberam a vacina.
Desde 9 de maio, a vacina está sendo aplicada em indígenas, quilombolas, profissionais da educação, pessoas com deficiência e pessoas com comorbidades, como diabete, câncer.
No Estado de São Paulo, até agora, foram aplicadas só 357,4 mil doses nas crianças (13,5% de cobertura vacinal), 24,7 mil nas gestantes (6%), 535,8 mil nos profissionais da saúde (34,5%), 3,6 mil nas puérperas (5,3%) e 4,1 milhões nos idosos (45,1%).
A meta do governo estadual é imunizar 90% de todos os grupos elegíveis e, até agora, só 40% do total foi imunizado. Ainda segundo a Secretaria do Estado da Saúde, menos de 20% das crianças, grávidas e puérperas se imunizaram.
“É fundamental que os grupos prioritários procurem os postos de vacinação para tomar a dose da vacina contra a gripe. Com as temperaturas mais baixas, a influenza pode evoluir para casos mais graves, por isso é essencial que todos compareçam aos postos para se vacinar”, afirmou a diretora de Imunização da Secretaria da Saúde paulista, Nubia Araújo. A Prefeitura de São Paulo diz que a cobertura entre idosos é de 47,9%.
A última etapa de vacinação no Estado está prevista para começar em 16 de maio, quando farão parte da campanha profissionais das forças de segurança e salvamento, Forças Armadas, funcionários do sistema prisional, caminhoneiros, trabalhadores do transporte coletivo rodoviário de passageiros urbanos e de longo curso, trabalhadores portuários, população privada de liberdade e adolescentes e jovens sob medida socioeducativa.
Até 3 de junho, o ministério prevê imunizar, em todo o País, cerca de 77,9 milhões de pessoas nos grupos considerados prioritários – só 22,4% do público elegível foi imunizado até agora.
A vacina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é a trivalente – composta pelos vírus H1N1, a linhagem B (Victoria) e também a cepa Darwin do vírus influenza A (H3N2). Ou seja, os novos imunizantes são adaptados à cepa que causou um surto de casos no Brasil no fim de 2021.
A vacinação na rede pública tem por objetivo imunizar os grupos de mais risco que representam cerca de 70% dos óbitos pela doença. No ano passado, a campanha de vacinação contra a influenza começou em abril e se estendeu até setembro por causa da baixa adesão. O balanço foi de 72,1% do público-alvo vacinado, mas a meta do governo federal era ter 90% do grupo prioritário imunizado.
Na capital paulista, a vacinação para os grupos elegíveis está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas, drive-thrus e megapostos.
Desde o fim de março, as clínicas particulares de São Paulo também realizam a campanha da gripe. Algumas unidades fazem, inclusive, agendamento para a aplicação domiciliar. Na rede privada, a imunização aplicada é a tetravalente – composta pelos vírus H1N1, a linhagem B (Victoria), a linhagem B (Yamagata) e também a cepa Darwin do vírus influenza A (H3N2). Os preços variam de R$ 130 a R$ 160 por aplicação.
Confira o calendário nacional na rede pública
Primeira etapa – entre os dias 4 de abril e 2 de maio – mas continua a imunização:
– Idosos com 60 anos ou mais.
– Trabalhadores da saúde.
Segunda etapa – entre os dias 3 de maio e 3 de junho:
– Crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias).
– Gestantes e puérperas.
– Povos indígenas.
– Profissionais da educação.
– Pessoas com comorbidades (Portadores de doenças respiratórias crônicas, doenças cardíacas crônicas, doenças renais crônicas, doenças hepáticas crônicas, doenças neurológicas crônicas, diabetes, imunossupressão, obesos, transplantados e portadores de trissomias, por exemplo Síndrome de Down).
– Pessoas com deficiência permanente.
– Forças de segurança e salvamento e Forças Armadas.
– Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso.
– Trabalhadores portuários.
– Funcionários do sistema prisional.
– Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas.
– População privada de liberdade.
Leia também:
- Chegada de frente fria no Brasil prevê queda de temperatura em Goiás, com registros abaixo de 3ºC na capital
- Acidente envolvendo transporte escolar mata motorista e estudante em Alto Paraíso de Goiás