A secretária do Meio Ambiente de Aparecida de Goiânia, Valéria Pettersen, afirmou que foram identificadas 300 nascentes no município vizinho à Capital. Em entrevista ao Diário de Goiás (DG), a titular relatou que a pasta se uniu a estudiosos, instituições, universidade e técnicos, fazendo o georreferenciamento de todas as nascentes.
“Tivemos na Serra das Areias, quanto a elaboração do plano de manejo, e também essa elaboração e estudos. Então, juntamos vários estudos organizados, chegamos como isso é possível e, agora, estamos fazendo uma política para cuidar dessas nascentes”, relatou a secretária.
Segundo a secretária, foi elaborado ainda um projeto para Brasília, com objetivo de levar e realizar com excelência a recuperação das nascentes. “Nós temos mais de 100 milhões em projetos agora cadastrados no PAC para recuperação dos nossos córregos, devido a várias erosões, porque só os nossos chacareiros não conseguem fazer isso”, disse.
A secretária relata que o projeto para recuperação dos córregos e nascentes é feito em parceria com o Ministério das Cidades, que contam com a ajuda da população. “Estamos levando uma parte dos nossos parques e o trabalho em relação às nascentes, especialmente a educação ambiental, porque um dos graves problemas que nós temos em Aparecida é que precisamos cuidar melhor das nossas nascentes, preparar a nossa população para ajudar a cuidar também”, afirmou.
Projeto
De acordo com Pettersen, as 300 nascentes já estão georreferenciadas, mas ainda é possível observar outras. Por isso, a secretaria tem trabalhado com a área técnica, realizando estudos cautelosos com o levantamento de Aparecida de Goiânia.
“Levantamos todas as áreas verdes, fizemos projeto para essas áreas de iluminação, já temos inclusive o recurso para iluminarmos em torno dessas áreas verdes. Agora estamos buscando o recurso para fazer o calçamento, que é uma ação importante em favor dessas áreas e da comunidade”, explica.
A secretária informou que a pasta solicitou uma agenda com a ministra do Governo, Marina Silva, que esteve na Alemanha e fez um projeto específico de captação de recursos para as nascentes. “Então fizemos a tarefa de casa que é georreferenciar as nascentes, porque isso pode ser checado inclusive via satélite, mapeamos e estamos levando isso ao Ministério, para que nós possamos captar recursos e investir nessa recuperação.
Seca em Aparecida de Goiânia
Há um tempo, Aparecida de Goiânia apresentava um estado de seca, em que inclusive cisternas estavam secas, prejudicando a oferta de água para o município. Sobre o caso, a secretária reconhece que a prefeitura teve dificuldade em trabalhar a “riqueza de águas”.
“Nós temos os córregos, mas não temos uma bacia como o João Leite como Hidrolândia tem. Nossos córregos que desaguam nos maiores córregos e rios da região metropolitana. Então, o problema do Pontal Sul, por exemplo, quando nós temos a creche ao lado da UBS [Unidade Básica de Saúde] que foi construída e fica ao lado da escola, o primeiro posto artesiano nós tínhamos colocado 50m e não deu água, autorizaram perfurar até 100m e não deu água, então o poço foi dar água com 120m, ou seja, como uma cisterna vai dar?”, ressaltou.
Conforme explicado pela secretária, existem regiões elevadas com pedras e algumas que têm dificuldades, uma vez que o lençol freático é mais profundo. Exemplificado por Pettersen, em torno da Serra das Areias o lençol freático é mais raso, portanto, 40% do abastecimento de água em Aparecida de Goiânia vem de lá.
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