Publicidade
Política
| Em 4 meses atrás

André Fortaleza diz que não sobe no mesmo palanque que Vilmar e repensa apoio a Alcides

Compartilhar

As divergências do presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, André Fortaleza (PL), em relação ao prefeito da cidade, Vilmar Mariano (UB), não amenizaram com a adesão de Mariano à campanha do Professor Alcides Ribeiro (PL). Ao contrário. Esta semana, Fortaleza disse que “não tem como ficar no mesmo palanque que Vilmar”, se referindo à campanha do liberal.

O presidente da Câmara nem mesmo participou da convenção que homologou a chapa do grupo de Alcides Ribeiro por causa da presença do rival, Mariano. Em entrevista ao programa Universo Politheia, transmitido pelo YouTube na quinta-feira (1º), Fortaleza disse que ficou sem dormir nos últimos dias e que considera uma questão “de ética e de caráter” definir seu espaço ou a saída do grupo.

Publicidade

A situação do parlamentar é delicada porque, se deixar o PL agora, fica impedido de buscar a reeleição. Ele tinha se filiado na legenda em abril, quando anunciou apoio a Alcides, sem prever que os até então adversários [Mariano e Rodrigues] poderiam se juntar.

Publicidade

Conversa para definir até domingo

O presidente da Câmara sinalizou que deve conversar com Alcides nesta sexta-feira (2), e definir a situação até domingo. “Não está decidido se caminho com Professor Alcides, se tomo outro posicionamento [apoiar Leandro Vilela no MDB, junto a Gustavo Mendanha, por exemplo], ou se caminho sozinho”.

Publicidade

Indicações na Prefeitura

Fortaleza observou que pode, inclusive, estarem ocorrendo indicações na prefeitura por parte do grupo de Alcides e citou a secretaria de Educação, onde disse que assumiu uma ex-servidora da Unifan, faculdade que pertence ao deputado federal. “Não sei se o professor indicou ou se foi escolhida”, ponderou, considerando que não acha aceitável a relação.

Ao explicar a ausência na convenção do PL, ele disse que não considerou o evento como uma convenção tradicional porque, em sua opinião, discursaram pessoas que não têm relação com a cidade. “Sequer houve apresentação da chapa de vereadores. Precisavam ter mais respeito”, reclamou.

Publicidade

“Não posso subir em um palanque com eles”, diz Fortaleza sobre divergências com Mariano e Moffato

Depois ele foi específico sobre a presença de Vilmar Mariano no evento e na campanha. “Eu não tenho condições de ir em um palanque onde [está] um cidadão me perseguiu nos dois mandatos [de presidente da Câmara], tentou tomar a presidência de forma covarde”, se queixou.

Fortaleza prosseguiu, dessa vez questionando a atuação da deputada federal Magda Moffato (PRD) no grupo que apoia Alcides Rodrigues, demonstrando que está rompido e magoado com ela também. “Não posso subir em um palanque com uma deputada que não honrou os compromissos com a cidade de Aparecida”, acrescentou.

O vereador disse que foi uma surpresa desagradável assistir um vídeo em que Magda Moffato  afirma que Alcides vai dar continuidade a “gestão maravilhosa de Vilmar Mariano”. “Ela não está sabendo fazer política”, alfinetou.

Ele, que já apoiou a deputada, disse que foi um “desprazer”, já que ela “atribuiu a péssima votação que teve a mim e outros vereadores. Mas o compromisso com a população tem que ser feito e realizado, não vou deixar o povo esquecer. Ela não conhece o município por isso vem falar que o atual prefeito está fazendo uma ótima gestão”, arrematou.

Mariano não comenta e Magda Moffato não responde

A assessoria do prefeito Vilmar Mariano disse que ele não comentaria as declarações de Fortaleza. A deputada Magda Moffato não retornou à mensagem enviada pela reportagem sobre o assunto até a publicação.

Retomando as críticas que faz ao atual prefeito, Fortaleza disse que ele “tem uma forma de interpretar os fatos da pior maneira possível. Não foi eleito pelo povo [Mariano era o vice da chapa de Gustavo Mendanha]. Mas como vice tinha tudo para fazer uma boa gestão se mantivesse todos unidos, mas não teve sabedoria”, declarou.

Ele afirmou ainda o relacionamento do prefeito foi muito ruim com ele, com Mendanha e com Alcides. Como vereador, ele disse: “Fomos perseguidos 24 horas por dia pelo atual prefeito, tratados com hostilidade, desprezo, desrespeito”.

As divergências entre ambos tinham levado Fortaleza até mesmo a sair do MDB, onde também estava Mariano. Quis o jogo político, entretanto, que o atual prefeito fosse descartado do processo pela base do governador Ronaldo Caiado, que escolheu Leandro Vilela (MDB) e assim a mágoa levou Mariano ao grupo do seu opositor, Professor Alcides, onde Fortaleza já estava acomodado.

Publicidade
Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.