A assessoria de imprensa do Ministério Público de Goiás informa a instituição “deflagrou no início da manhã desta terça-feira (7/8), a Operação La Plata, com foco em desvio de recursos públicos no município de Anápolis e com a previsão de efetuar 12 prisões e 5 conduções coercitivas e 21 mandados de busca e apreensão”. O foco é a área do meio ambiente da prefeitura de Anápolis.
Promotor Denis Bimbati explica alguns detalhes da Operação La Plata:
https://diariodegoias.com.br/audios/963-operacao-la-plata-promotor-fala-em-organizacao-criminosa
A Rádio 730, com o repórter Renado Campos, da Rádio São Francisco, divulgou os seguintes nomes entre os que foram conduzidos por mandados de condução coercitiva:
- Hamilton Batista, pres. da Camara de Anapolis;
- Luis Henrique, secretário do meio ambiente da prefeitura de Anápolis;
- Charles Aguiar Souza, funcionário da secretaria do meio ambiente;
- Leonardo Xavier Nunes, diretor de posturas da prefeitura de Anápolis (mais foi liberado, pois foi conduzido por engano );
- Guilherme Rocha Leal Carneiro, filho do secretário Mauro Rocha.
Os mandados de prisão temporária, segundo divulgaçao da Rádio 730, foram executados contra:
- Wesley Silva, vereador de Anápolis filiado ao PMDB;
- Andreia Juliana, esposa de Wesley Silva;
- Nasson Laureano , funcionário do gabinete de Wesley Silva;
- Ailton Moreira Alves, Paulo Sérgio Moreira e Jairo Moreira, do grupo imobiliário Lírios do Campo;
- Mauro Rocha Carneiro, servidor da secretaria do meio ambiente de Anápolis;
- Sérgio Luíz de Araújo, da secretaria do meio ambiente.
- Rosângela Pinto Xaviera, do gabinete do vereador Wesley Silva.
- Marcela Reis Pedreiro;
- Márcio de Souza Lima; da secretaria do meio ambiente
- Josemar de Melo; da secretaria do meio ambiente
A operação envolve o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Centro de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) do MP, a 8ª, a 11ª e a 15ª promotorias de Justiça da comarca de Anápolis, e a Polícia Militar, que escalou 69 policiais – o MP escalou 15 servidores e mais 7 promotores de Justiça, somando 91 pessoas envolvidas na operação.
A Operação La Plata é resultado de uma investigação que apurou corrupção ativa e passiva, entre outros crimes, envolvendo servidores do Poder Executivo, membros do Poder Legislativo municipal de Anápolis, empresários e até um servidor do MP-GO com o desvio de verbas públicas. O Gaeco divulgou uma nota confirmando dados da operação.
No começo da noite, foram liberados: a mulher do vereador Wesley Silva (PMDB), Andréia Juliana Gonçalves Silva, e o chefe de gabinete do peemedebista, Nasson Costa. Também foi liberada Marcela Reis Pedreiro.
Os outros acusados, nove no total, vão passar a noite em salas no 1º Distrito Policial, na região central de Anápolis.
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No começo da noite, a Assessoria de Imprensa do Ministério Público divulgou mais informaçõe sobre a Operação La Plata:
“Conforme detalhado pelo promotor de Justiça Denis Bimbati, coordenador do Gaeco, em entrevista coletiva realizada no edifício do Fórum de Anápolis, a investigação está sendo feita há cerca de um ano, tendo sido de que os envolvidos formaram uma organização criminosa voltada para a prática de crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato e diversos crimes ambientais. Estes delitos teriam sido cometidos por funcionários do Executivo municipal, integrantes do Poder Legislativo, empresários do ramos imobiliário e até mesmo um servidor do Ministério Público.
Para não comprometer o curso das investigações, não foram divulgados os nomes de nenhum dos investigados, que deverão ser conhecidos no momento do oferecimento da denúncia criminal. O detalhamento de como funcionava o esquema e a participação de cada um dos envolvidos também deverão ser revelados após a análise do material apreendido e dos depoimentos realizados.
Conforme esclareceu a promotora Sandra Mara Garbelini, os envolvidos buscavam burlar requisitos legais exigidos para a expansão urbana do município, por meio de concessões irregulares de alvarás, autorizações e licenças. Algumas dessas irregularidades, inclusive, são alvo de apuração específica da 15ª Promotoria de Justiça de Anápolis.
Atualmente, o município está impedido de praticar qualquer ato administrativo envolvendo a emissão de autorizações que guardem relação com a área de perímetro urbano que foi expandida pela Lei Complementar Municipal nº 264/2011. A determinação judicial acolheu pedido da promotora Sandra Garbelini em ação civil pública proposta em maio deste ano contra o município e a Câmara Municipal de Anápolis.
Pela decisão, o município está impedido ainda de emitir licenças, certidões de uso de solo, lançamento de IPTU, termo de ocupação, alvará de construção e de funcionamento, aprovação de projetos de arquitetura e engenharia ou quaisquer outros negócios com base na lei. Foi fixada multa diária no valor de R$ 10 mil para o caso de eventual descumprimento da providência.
Diversos Crimes
O subcoordenador do CSI, Thiago Galindo, destacou que, além de crimes ambientais, relativos à questão do urbanismo, há indícios da ocorrência de diversos outros delitos contra a administração pública, como a “divisão de salários”, prática que consiste no pagamento de salário a um servidor e retenção de parte desse pagamento por quem o nomeou. “Os resultados das buscas corroboram as provas produzidas por meio de interceptações telefônicas e material analisado”, afirmou.
Thiago Galindo ressaltou ainda a importância da atuação conjunta do Ministério Público e da PM para o cumprimento dos mandados. A promotora Adriana Marques Thiago acrescentou que a ação do Ministério Público demonstra a importância de atuação do órgão em defesa do sociedade. “Estamos defendendo a cidade que o povo anapolino merece”, declarou.
(Informação atualizada ás 21h20 de terça, 7/8)
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