22 de novembro de 2024
ELEIÇÕES 2024 • atualizado em 22/05/2024 às 06:53

Ana Paula Rezende decide que disputará mandato de deputada em 2026

Leia primeira parte de entrevista exclusiva da herdeira política de Iris Rezende ao Diário de Goiás
Ana Paula Rezende fala sobre o futuro político foto Diário de Goiás
Ana Paula Rezende fala sobre o futuro político foto Diário de Goiás

A advogada e empresária Ana Paula Rezende Machado Craveiro (MDB), filha do ex-governador e ex-prefeito Iris Rezende, descarta qualquer candidatura em 2024 e se prepara para disputar mandato de deputada estadual em 2026. Nesta terça-feira (21) ela falou sobre a decisão com exclusividade ao Diário de Goiás e disse que prefere nem comentar as comparações que o atual prefeito de Goiânia Rogério Cruz (Solidariedade) tem feito com gestões como a de Iris.

A entrevista foi concedida no antigo escritório de Iris Rezende ao jornalista e editor-chefe do DG, Altair Tavares. Nesta primeira parte da entrevista, Ana Paula conta como foi procurada pelo governador Ronaldo Caiado (duas vezes) e o que pesou na decisão de não concorrer aos cargos majoritários (prefeita, vice) ou até a um mandato de vereadora na eleição deste ano.

“Há uns dois meses, quando o governador chamou novamente, ele retomou o assunto e disse que estaria ao meu lado. Mesmo assim, com essa garantia, se não dá certo, quem sai perdendo é o povo, são milhares de pessoas. Eu não sou meu pai. Tenho que construir meu caminho. As pessoas têm que me conhecer primeiro”, refletiu.

Mandato de deputada em 2026

Mas ela disse que está decidida a entrar para o meio político de forma mais ativa. “Quero construir meu caminho. Quero estar presente. Já estou na política desde o dia em que nasci. Não tive nem tenho outro ambiente. Me sinto bem nesse mundo, aprendi a gostar dele. Sei que meu caminho não é agora. Não estou preparada agora, mas não me impede de ser candidata daqui a dois anos”, observou. Em seguida, confirmou que considera ser candidata a deputada estadual em 2026.

Por outro lado, enfatizou que vai analisar muito sua forma de se manter na política. “Pode ser que eu descubra que meu caminho não seja um mandato. Seja apenas levar a história do meu pai, construir o memorial para ele, criar o Instituto Iris Rezende, sem depender de governo, de câmara”, considerou.

Comparações com a gestão de Iris

Ana Paula foi lembrada de que administração de Iris está e estará sujeita a comparações como a que fez recentemente o prefeito Rogério Cruz. Ele afirmou que fez mais asfalto recapeado que Iris Rezende. Também fez críticas a galerias de águas pluviais não construídas por administrações anteriores, como a de Iris. Além disso, Cruz afirmou que crises na coleta de lixo como a vivida na gestão dele também ocorreram nas gestões passadas.

Ao responder, no início Ana Paula evitou confrontar com as falas. Mas deixou claro o que pensa a respeito desse tipo de argumento: “Quem tem que fazer essas comparações é o povo. Cabe a elas analisarem e refletirem. O eleitor tem muita responsabilidade de colocar as pessoas nos locais. Elas precisam entender a importância de um político, de um candidato a vice, por exemplo. O que seria de Goiás se não fosse um político que transformou o estado? Goiânia é a única capital que não tem favelas. Ele [Iris] pensou isso desde a década de 1960. O eleitor pode escolher um político que gera grandes desenvolvimentos ou que gera grandes atrasos. As pessoas precisam pesquisar, refletir”.

Evitando analisar a administração de Cruz, ela preferiu focar na falta de experiência. “Ele não estava preparado para uma missão tão grande. Comparações não cabem a mim. A comparação maior foi a história do meu pai, o que ele deixou em mais de 70 anos de vida pública. As gestões dele serão um grande exemplo e não vejo quem seja capaz de falar contra a história dele. As pessoas não vão aceitar isso. A marca dele é muito maior e mais profunda”, completou.

Faltou sucessor natural

À pergunta sobre por que Iris teve dificuldade de criar um sucessor político natural no círculo dele, a advogada disse que, em seu estilo, “ele foi único, mas deu oportunidade e exemplo para vários”. Em seguida, justificou dizendo que o pai foi “um grande professor, mas se as pessoas não souberam aproveitar ou entender as lições, não foi culpa dele”. Para ela, em muitos casos, faltou ter a mesma vocação que a do pai.

“A primeira coisa, é ter vocação. E vocação política significa gostar de gente, ter um ideal. Na família ele nunca nos incentivou para a política e nunca passou pela minha cabeça entrar porque eu gostava era de estar com ele”.

Ana Paula arrematou afirmando: “Desconheço a história de um político que tenha finalizado a carreira por decisão própria cercado de pessoas pedindo para ele continuar. Ele nunca perdeu uma eleição para adversários, só para o poder econômico.”


(Colaborou: Marília Assunção)


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