Durante uma transferência de paciente em estado gravíssimo, uma ambulância do SAMU de Catalão apresentou falha mecânica e estacionou quebrada na rodovia por cerca de uma hora e meia, próxima a Santa Cruz de Goiás. O paciente, um trabalhador que havia sofrido queimaduras e ferimentos graves após cair de um telhado em uma construção no bairro Vila Margon, não resistiu e morreu antes de chegar ao destino final. A cidade só possuiu duas ambulâncias.
As informações são do Blog do Badiinho.
Sem sinal de celular para acionar o socorro imediato, o motorista da ambulância precisou pegar carona até a cidade para pedir ajuda. Enquanto isso, o médico e o enfermeiro permaneceram ao lado do paciente, tentando garantir sua estabilidade. Cerca de 90 minutos depois, uma ambulância de Caldas Novas chegou ao local.
No entanto, no momento da transferência da ambulância quebrada para a unidade que foi ao resgate, o paciente sofreu uma parada cardiorrespiratória. A equipe realizou manobras de reanimação por 50 minutos, mas ele não resistiu.
A coordenadora do SAMU, Sabina Borges, explicou que o Corpo de Bombeiros havia prestado o atendimento inicial, levando o paciente para a Santa Casa de Misericórdia de Catalão. Durante todo o dia, os profissionais da unidade trabalharam para estabilizá-lo. A possibilidade de um transporte aéreo foi cogitada, mas a falta de regulação da vaga inviabilizou a transferência, levando à decisão de transportá-lo por ambulância.
Ambulância quebrada em Catalão expõe frota antiga e sobrecarga no atendimento do SAMU
O incidente evidenciou um problema recorrente no serviço de urgência da cidade. Atualmente, o SAMU de Catalão dispõe de apenas duas ambulâncias, ambas adquiridas em 2017. De acordo com o Ministério da Saúde, a recomendação é que a frota seja renovada a cada quatro anos, mas isso ainda não ocorreu.
Segundo Sabina Borges, a equipe realiza cerca de 60 transferências por mês, sendo a maioria para Goiânia ou Itumbiara. “A cidade continua crescendo, assim como a demanda por transporte. Com apenas duas ambulâncias, enfrentamos uma sobrecarga constante”, destacou.
A coordenadora garantiu que as manutenções são realizadas regularmente, mas o alto tempo de uso e a quilometragem elevada aumentam o risco de falhas inesperadas, como a que ocorreu na noite da tragédia.
Medidas para solucionar o problema
Diante da situação, a Secretaria de Saúde de Catalão busca alternativas para renovar a frota do SAMU.
Conforme explicou Sabina Borges, o secretário Leonardo Santa Cecília e o prefeito Velomar Rios estão em negociação para viabilizar a compra de novas ambulâncias, seja por meio de emendas parlamentares ou repasses do Ministério da Saúde.
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