12 de setembro de 2024
EDUCAÇÃO

Alunos brasileiros apresentam déficit na solução de problemas simples de matemática, aponta Pisa

Entre os estudantes de 15 anos, 73% ficaram abaixo do nível 2
Os resultados mostram que eles não conseguem fazer operações simples, como converter moedas. (Foto: Reprodução)
Os resultados mostram que eles não conseguem fazer operações simples, como converter moedas. (Foto: Reprodução)

Um levantamento do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes 2022 (da sigla em inglês, Pisa), divulgado nesta terça-feira (5), apontou um déficit nos conhecimentos em matemática entre os alunos brasileiros. Segundo o estudo, entre os estudantes de 15 anos, aqueles que acabaram de cursas o ensino fundamental II e ingressar no médio, 73% ficaram abaixo do nível 2.

Os resultados dos alunos brasileiros mostram que eles não conseguem fazer operações simples da matemática como, por exemplo, converter moedas e comparar distâncias percorridas em caminhos diferentes. No geral, o índice de estudantes abaixo do nível 2 é de 31%.

Segundo a presidente-executiva da ONG Todos Pela Educação, Priscilla Cruz, mesmo com o descaso do governo federal, os estados e municípios reagiram. “Apesar do completo descaso do governo federal, houve um efeito de reação dos estados e dos municípios, com trabalhos coordenados e muito intensos frente à desorganização do Ministério da Educação (MEC)”, disse.

De acordo com a presidente-executiva da ONG, a diferença entre língua portuguesa e matemática se dá pela forma de aprendizagem. Na disciplina de linguagens, os alunos têm contato mais intenso no cotidiano e a leitura e escrita são naturalmente incentivados. Já em matemática, Cruz avalia que são necessários bons professores e colégios, afirmando que “o Brasil não está formando bons docentes”.

Um outro fator que dificulta bons docentes na disciplina de matemática é a carreira pouco atrativa pela baixa remuneração e condições de trabalho. “E não para por aí: a evasão nessas graduações também é alta. O aluno que é bom em cálculo acaba migrando para carreiras com melhores perspectivas de mercado de trabalho, como economia, engenharia e ciências da computação”, afirma.

Para a melhoria do resultado dos alunos brasileiros no próximo Pisa, revertendo a situação da matemática, é necessário que haja investimento na formação de professores e na primeira infância.


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