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Mundo
| Em 12 meses atrás

Alto comissário da ONU diz que atos do 8 de janeiro causam “arrepios” no mundo

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O alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou, em entrevista ao UOL para o colunista Jamil Chade, que a desinformação mata e as plataformas precisam ser alvo de regulamentações, citando que os atos contra os Três Poderes no Brasil causam “arrepios” no mundo. Segundo o alto comissário da ONU, é necessário que o princípio de que “mentir é errado” seja restabelecido.

“Um fenômeno que vemos em outras partes do mundo é a disseminação de desinformação. Vimos a negação dos resultados da eleição nos Estados Unidos e no Brasil, e isso é muito perigoso. É a erosão direta do sistema político e vai ao coração da liberdade. Você criar uma neblina na mente das pessoas, com fake news e com lavagem cerebral, e essas pessoas acreditam em coisas que não são mais fatos. Precisamos que a mentira seja algo errado de novo”, disse.

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De acordo com o alto comissário da ONU, a proliferação de desinformação é preocupante, apontando o envolvimento da vida das pessoas, como também da sobrevivência da democracia. Turk afirmou ainda que o Brasil precisa aproveitar o 8 de janeiro para reforçar a mensagem dos danos que podem ser causados pelo autoritarismo e a repressão, reforçando que a luta pela democracia deve acontecer diariamente.

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“Falando sobre o que ocorreu no Brasil [8 de janeiro], nos deu arrepios ao ver que em países importantes tendências similares aparecem e isso tem uma relação com um quadro onde fatos e evidências não contam numa realidade paralela. Democracia, liberdade, a coexistência de diferentes pontos de vista apenas pode se desenvolver se pelo menos pudermos aceitar os fatos e a realidade, e isso não é o caso, é muito perigoso”, afirmou.

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Democracia ameaçada

Segundo o alto comissário da ONU, esses atos precisam gerar um momento de reflexão em todo o mundo, inclusive na Organização, para pensar o que pode ser feito sobre isso. Durante a entrevista, Turk reforçou sobre a ameaça à democracia. “Vemos entre os jovens uma desilusão muito grande em relação às instituições políticas. Há uma desilusão até mesmo com o processo eleitoral, acreditando que ele não leva mais nada. O resultado é que esses jovens se afastam e precisamos exatamente do contrário”, diz.

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Turk diz que é preciso que os jovens engajem na política, se informem, tenham conhecimento sobre história e de onde as coisas vieram, assim como o significado. Na oportunidade, o alto comissário da ONU ressaltou a necessidade de levar pessoas que acreditam nos direitos humanos para a política.

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Maria Paula

Jornalista formada pela PUC-GO em 2022 e MBA em Marketing pela USP.