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| Em 3 anos atrás

Nova sede da Alego poderá receber sessões em fevereiro; Futuro do atual prédio está indefinido

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Com as obras caminhando para o fim, a tendência dos parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) é de conduzirem as sessões plenárias já na nova sede, no Parque Lozandes próximo ao Paço Municipal. A entrega encerra um longo episódio que dura desde 2005 quando a obra foi lançada, no entanto, uma interrogação surge: qual será o futuro do prédio que hoje abriga a Alego?

Em entrevista exclusiva ao Diário de Goiás, o presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSB-GO) pontua que 80% da obra está concluída e deve ser entregue completamente no dia 9 de janeiro e aí começará a ser feito todo o processo de mundaça. “O processo migratório desse prédio para o novo prédio. Isso demanda tempo e por isso que estamos falando em fevereiro”, pontua.

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A comunicação ao prefeito Rogério Cruz (Republicanos) inclusive já foi até feita e oficializada. É que o prédio atual é cedido pela Prefeitura de Goiânia. “Já comuniquei à ele [Rogério] que vamos entregar até meados do ano que vem. Não podemos entregar assim que mudarmos. Primeiro, que temos muita coisa pra tirar daqui. Segundo que tem as questões de torres e tecnologia da informação que leva mais tempo para entregar”, salientou.

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E o que será do futuro da atual sede da Alego? “Esse prédio é da Prefeitura de Goiânia. Nós não temos gestão a partir do momento que nós entregarmos. Existe um diálogo com a Câmara Municipal de Vereadores que pode acontecer dela vir para cá”, pontua. Outra alternativa é a Assembleia virar um centro cultural. “Também há diálogo com uma Associação de Moradores próxima ao Bosque dos Buritis onde eles tem a intenção e a proposta de fazer um Centro Cultural, talvez um museu. Eu acho uma ideia muito bacana, mas isso é uma decisão do prefeito de Goiânia, da gestão dele e nós não vamos interferir.”

Nova sede da Alego deve ser entregue em janeiro de 2022 (Foto: Divulgação/Alego)

Instituto quer criar Palácio da Cultura Goiana

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Junto com a Associação dos Moradores, o Instituto Rizzo já abriu diálogo com a atual administração municipal e o prefeito Rogério Cruz para criar o Palácio da Cultura Goiana quando a Alego mudar de endereço. “A gente do Instituto e o Leonardo [Rizzo] vem defendendo há um bom tempo que o prédio da Assembleia seja destinado ao Palácio da Cultura Goiana. Já estivemos com o secretário Zander [Cultura, Goiânia], o próprio prefeito Rogério Cruz, o presidente da Assembleia, Lissauer [Vieira], que concorda com a destinação. Acha que tem de ser destinado para a Cultura esse prédio histórico”, explica João Novaes, diretor executivo da entidade.

Lissauer Vieira e Leonardo Rizzo discutem sobre criação do Palácio da Cultura (Foto: Reprodução/Instagram)

O palácio seria destinado às mais variadas artes e abrigaria entidades culturais, além da possibilidade da organização de eventos. “Todas as associações das artes seja música, as plásticas, o audiovisual, tenham ali suas sedes e onde atualmente é o auditório da Assembleia seja destinado para apresentações”, pontua destacando que um Museu seria criado ali. “A ideia é congregar todas as artes ali no Palácio da Cultura e ao mesmo tempo ter um Museu que homenageia pioneiros da nossa capital. Onde as pessoas possam conhecer um pouco da história de Goiânia, quem foi Atílio Corrêa Lima, Venerando Freitas, todas as histórias acessíveis para a população e turistas que visitam a nossa capital conhecer um pouco da nossa história.”  

A obra traria impactos relevantes ao meio-ambiente já que tanto o Museu de Arte Goiana como o Centro Livre de Artes estão instalados no Bosque dos Buritis sem fazer parte original do projeto. “Ambos não faziam parte do projeto do Bosque dos Buritis. São construções até meio irregulares”, ressalta.

Iniciativa devolveria vida ao centro

Abandonado ao longo dos anos, o Palácio da Cultura pode impulsionar e dar nova vida ao centro da cidade, afinal de contas, daria atrativos culturais e turísticos tanto para os moradores como para os visitantes. João relata que se sair do papel, o local pode iniciar um novo trajeto da cultura central para Goiânia, além de dar sentido à capital “art-déco” do Brasil-Central.

“A ideia é que também o Centro da Cultura seja criado um circuito cultural do centro de Goiânia que ajude a revitalizar a região central de Goiânia. Tem uma série de prédios e estrutura como o Palácio Pedro Ludovico Teixeiro, você tem o monumento caleidoscópio do próprio Siron [Franco], na Praça Cívica, a Chefatura de polícia que está acabando de ser reformado, o relógio que acabou de ser reformado. Criar um circuito cultural que as pessoas podem fazer a partir do Palácio da Cultura no centro de Goiânia conhecendo esses diferentes atrativos culturais que exaltam a cidade como capital art déco do Brasil-central”, pontua.

Transferência da Câmara para Alego: “sem sentido”

Uma possível transferência da Câmara para a Assembleia Legislativa está no radar dos vereadores. Tudo no campo da discussão. Em 2019, uma Audiência Pública foi realizada para tratar o assunto. Sob autoria do então vereador Denício Trindade, a ideia era que o prédio da Avenida Independência abrigasse o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Goiânia (IPSM), além de abrigar um edifício garagem e contribuir para a conclusão das obras da Avenida Leste-Oeste. “Também continuaríamos mantendo a população mais próxima do Poder Legislativo Municipal e reforçaremos a importância de manter vivo o Centro da nossa Capital”, disse à época.

João considera o embate sem sentido, afinal de contas, o Paço já tem sua própria sede e tanto o prefeito Rogério Cruz, como o secretário de Cultura, Zander Fábio, aceneram o interesse de levar à sede da secretaria de Cultura para o futuro Palácio. “Já nos falaram dessas tentativas. A gente acha meio sem sentido. A Câmara dos Vereadores já tem uma sede. Foi construída e foi cara para isso. Não entendemos muito essa disputa, não. O prefeito Rogério Cruz nos manifestou que o Zander quer que a própria secretária de Cultura fique nesse novo espaço também. A gente acha que tem muito mais a ver que esse prédio seja destinado à cultura. O Lissauer concorda. O prefeito diz que está caminhando nesse sentido”, concluiu. 

Questionado pela reportagem do Diário de Goiás, o que pretendia fazer com a sede da Alego a partir do momento que fosse devolvida à prefeitura, o prefeito Rogério Cruz disse que tudo está no campo das conversas e que não há nada definido. “Teremos uma conversa logo após a transferência da Alego em conjunto. Em conjunto com a cultura, com a Câmara, com a Amma, porque ali é um parque. Sabemos disso. É preciso ter uma conversa muito ampla para que possamos decidir juntos”, pontuou.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.