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Alegando desrespeito, prefeito tira vereadora oposicionista de audiência

Por 11 meses atrás

Na última segunda-feira (16) a vereadora Aava Santiago (PSDB), foi retirada pelo prefeito de Goiânia, Rogério Cruz de uma reunião para tratar dos assuntos relacionados a greve dos profissionais administrativos da educação. Na ocasião, o chefe do Executivo goianiense alegou em nota ao Diário de Goiás que a vereadora não foi convidada e que iria tratar do assunto apenas com a Mestre em Estudos Socioambientais e vereadora Kátia Maria (PT) e a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima.

“Vou deixar bem claro que eu não queria receber a vereadora Aava aqui, falei que iria receber apenas vocês duas”, disse o prefeito em vídeo que repercutiu após o ocorrido. Nas imagens é possível ver que mesmo após cumprimentar Aava, Rogério externou o seu descontentamento com a presença da vereadora na conversa em razão de se sentir desrespeitado com pronunciamentos proferidos por Aava, (que é da oposição) na Câmara.

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A vereadora se defendeu alegando que sempre que encontrou com o prefeito o respeitava. Porém, Rogério informou estar incomodado com oque foi dito em outras ocasiões. “Não se trata do momento que estamos aqui, é na Câmara. Te respeito aqui na mesa, mas a sua maneira de atacar as pessoas na Câmara é muito diferente e eu não concordo”, disse o Prefeito.

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Na conversa, a vereadora Aava afirmou antes de se retirar: “Eu vou sai para que vocês possam seguir com a pauta. Mas é uma pena que você Prefeito trate a presidente da Comissão de Educação dessa forma. Você sabe da minha legitimidade de estar aqui, mas me sinto representada pela minha vice presidente e a presidente do sindicado”, finalizou.

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Pronunciamento

Em nota emitida ao Diário de Goiás, a assessoria do prefeito Rogério Cruz informou que não tinha reunião agendada com a vereadora Aava Santiago e que a parlamentar teria invadido a sala. Apenas o Sintego e a Comissão de Educação da Câmara Municipal, comissão que foi representada pela vereadora Kátia Maria estariam autorizados a participar da negociação.

Ainda em nota, a assessoria cita que o prefeito não compactua com os valores e com a postura da vereadora. Rogério afirmou que as divergências administrativas tratadas na reunião devem ser solucionadas e que não defende causas legítimas quando são usadas para ganho eleitoreiro.

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Ao Diário de Goiás, a vereadora Aava conta que não existia reunião marcada, e que portanto ninguém teria sido convidado para as tratativas. “Acompanho as tratativas da greve desde o início, já acompanhei a deputada Bia de Lima, presidente do Sintego em diversas reuniões e negociações, na Câmara e fora dela. Segui o que determina o regimento sobre as atribuições da presidência da Comissão de Educação e acompanhei a deputada para cumprir o meu dever como parlamentar”.

Ela relata que chegou ao gabinete do prefeito acompanhada da Deputada Bia, e da vereadora Kátia por volta de 11h15 e a reunião se iniciou às 15h. Durante esse intervalo, elas se encontraram com secretários, assessores e servidores do Paço. Faltando alguns minutos para o prefeito as receber, um dos assessores disse que o prefeito não gostaria que ela estivesse na sala, fato que Aava diz ser contraditório a todo o tratamento que havia recebido até então.

“Quando o segurança, à porta do gabinete, chamou a as parlamentares para entrar, acompanhei a Deputada Bia de Lima, e não houve qualquer objeção, tanto que quando o prefeito chega ao gabinete, já estou sentada à mesa, me levanto para cumprimentá-lo, ele me cumprimenta, comprovando que não houve nenhuma objeção para que eu tivesse ali”, narra Santiago em entrevista.

A vereadora pontua que a atitude do prefeito se deve pela oposição que ela faz na Câmara e que não irá mudar a forma como conduz o seu mandato e os trabalhos legislativos na Casa. “Tenho recebido apoio de vários segmentos da sociedade entre parlamentares, ativistas sociais, mães, estudantes e até a própria ministra Anielle Franco, que esteve na Câmara Municipal hoje e, na sua fala, fez questão de destacar a importância do enfrentamento à violência política de gênero. Então, se a tentativa do prefeito era me desencorajar a continuar fiscalizando a prefeitura, felizmente, não funcionou”, finalizou Aava.

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Elysia Cardoso

Jornalista formada pela Uni Araguaia em 2019