Após quatro décadas de exploração na zona urbana de Maceió, a Agência Nacional de Mineração (ANM) autorizou que a petroquímica Braskem busque novas jazidas de sal-gema em cidades vizinhas da capital alagoana. As informações são do Uol, publicadas pelo colunista Carlos Madeiro.
Os municípios em questão são Paripueira e Barra de Santo Antônio, localizados na região metropolitana de Maceió, mas as duas cidades afirmam que não aceitarão exploração de sal-gema nos territórios. Os pedidos de exploração foram feitos em setembro de 2019, quatro meses após o alerta de afundamento na capital.
A busca foi guiada por indícios de presença de sal-gema e, ao todo, a Braskem pode analisar sete áreas. Caso encontre jazidas e queira explorar, a Braskem precisa fazer o pedido de licença ambiental para atuar na área e de lavra para exploração.
Segundo o colunista, as cidades não aceitam a exploração do subsolo. O secretário de Meio Ambiente de Paripueira, Antônio Moura, diz que a cidade tem conhecimento sobre os estudos, mas que não há autorização dos órgãos ambientais, tanto na esfera estadual quanto federal.
Não autorizado
Entretanto, de acordo com o secretário, o prefeito Abrahão Moura (DEM) decidiu não permitir a exploração. “Não há nenhuma possibilidade de a prefeitura autorizar a mineração por parte da Braskem no município. Além de todos os riscos amplamente divulgados, também existe a questão de que a região metropolitana tem recepcionado moradores das áreas atingidas em Maceió”, diz.
Já a prefeitura de Barra de Santo Antônio emitiu uma nota afirmando também ser contra a exploração no município. “Estamos acompanhando atentamente o desastre que foi causado pela Braskem em Maceió destruindo a vida de milhares de alagoanos. Nossa prefeitura entende que esse tipo de exploração pode causar grandes danos ambientais ao nosso município, que é rico de belezas naturais e possui no turismo uma das principais atividades econômicas do povo barrense, sendo responsável pela geração de centenas de empregos em nossa cidade”, diz a nota.
De acordo com a prefeitura, a exploração pode gerar “graves problemas ao solo” e “risco aos imóveis e danos irreparáveis à vida humana”.