O senador tucano Aécio Neves (MG), cujo destino deve ser decidido nesta terça (17) pelo Senado, enviou carta a seus pares em que diz estar enfrentando “trama tão ardilosamente construída” e pede o apoio e o voto dos colegas para voltar a exercer o mandato.
Aécio está afastado das atividades parlamentares e cumprindo reclusão noturna desde o fim de setembro, por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).
A manutenção ou revogação dessas medidas cautelares será posta em votação nesta sessão da Casa, e precisa ser referendada por 41 dos 81 senadores.
“Talvez você possa imaginar a minha indignação diante da violência a que fui submetido e o sofrimento causado a mim, à minha família e a tantos mineiros e brasileiros que me conhecem de perto em mais de trinta anos na vida pública”, começa o texto.
Fazendo um apelo ao corporativismo da Casa, o parlamentar diz o tema é grave tanto para ele quanto para o próprio Senado. “O que está em jogo é se pode, de forma monocrática ou por maioria de votos de uma das turmas do Supremo, um parlamentar ser afastado de suas funções sem ser previamente julgado”, diz.
A carta foi enviada um dia após o presidente Michel Temer enviar documento semelhante aos deputados aliados, que deliberarão sobre a segunda denúncia apresentada contra ele pela Procuradoria-Geral da República.
No texto, o senador pede desculpas pelos “termos inadequados” que usou nas conversas gravadas pelo empresário Joesley Batista e diz que se “penitencia diariamente” por causa deles.
O documento distribuído aos parlamentares é impresso, mas foi assinada à mão pelo senador tucano.
Ele contém ainda uma nota do advogado de Aécio, Alberto Zacharias Toron, que lista nove pontos de por que os colegas do tucano deveriam votar para restabelecer suas funções parlamentares. (Folhapress)
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