A deputada federal Adriana Accorsi (PT-GO) anunciou, em reunião de trabalho com a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, e lideranças femininas, sobre a implantação do programa Casa da Mulher Brasileira, em Goiânia, na última quarta-feira (19), que Goiás terá quatro unidades do projeto. O objetivo da iniciativa é prestar atendimento a vítimas de violência doméstica.
A deputada destacou que o programa é uma iniciativa pública importante, que presta atendimento a mulher vítima de violência em todos os aspectos necessários, de forma humanizada. Além disso, Adriana ressaltou que é preciso outras atividades complementares. “É importante a gente ter outras formas de combater a violência contra as mulheres, tanto no âmbito da autonomia econômica e financeira, do estímulo à educação, como um caminho para o crescimento e o desenvolvimento econômica e social da mulher, mas também, de fortalecer as estruturas que existem. Então, fortalecer a Polícia Civil, as patrulhas Maria da Penha, e estimular as mulheres a denunciar para que elas possam se libertar dessa violência”, acrescentou Accorsi.
Adriana ainda lembrou que os números de crimes em Goiás caíram, mas o feminicídio continua com os mesmos indicadores elevados. “Hoje a gente vê que em Goiás todos os tipos de crimes caíram, menos o feminicídio, então isso mostra que é um fenômeno muito complexo, que necessita da união das instituições e de ações contundentes do Governo Federal, dos estados e municípios”, pontuou, demonstrando a necessidade do projeto “Casa da Mulher Brasileira”.
A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, recordou que o projeto da Casa da Mulher Brasileira foi iniciado em 2003, mas que ainda não foi implementado. De acordo com a ministra, a meta do governo federal é que o projeto chegue a todas as capitais. Após essa etapa, o programa será levado para mais 40 cidades pelo País e que a expectativa é de que Goiás receba mais três unidades. “Mas para isso, nós precisamos da unidade funcionando em Goiânia”, disse.
Cida explicou as inovações e como o projeto vai atuar no atendimento às mulheres. “O desafio que nós pensamos é a criação de uma rede de atendimento. Ao invés da mulher andar por muitos lugares, todos os serviços vão estar no mesmo espaço físico. Assim que ela passar pela recepção, em um dia, todo o processo dela, se não todo resolvido, pelo menos o Boletim de Ocorrência e a Medida Protetiva já estarão emitidas. Mas a Casa não é só isso. Nós acreditamos que a mulher precisa de uma porta de saída e o programa também é um espaço para isso, para auxiliar na autonomia da mulher”, complementou a ministra.
A Casa da Mulher Brasileira está em construção em terreno de cinco mil metros quadrados, que foi doado pela Prefeitura de Goiânia no Setor Goiânia II. Ela terá 3.670 metros quadrados de área construída. O local contará com serviços de acolhimento e triagem, apoio psicossocial, Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Juizado Especializado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Promotoria Pública e Defensoria Pública Especializada da Mulher, brinquedoteca, fraldário, central de transporte e ações de autonomia econômica. O atendimento será 24 horas, durante todos os dias da semana.
O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) afirmou que um grupo de trabalho técnico formado por membros da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) e o Escritório de Prioridades Estratégicas (EPE) será criado junto ao Ministério das Mulheres para acompanhar as obras e garantir que seja executada o mais rápido possível.
“As parcerias com os governos federal e estadual são de grande importância para a cidade de Goiânia. Infelizmente os números da nossa capital não são muito favoráveis no que diz respeito ao feminicídio e isso nos deixa muito alerta para que o projeto da Casa da Mulher Brasileira seja implantado o mais breve possível. Faço questão de ser parceiro de todos os órgãos para trazer esses serviços o quanto antes. O nosso apoio é total e sem medir esforços. A Casa da Mulher Brasileira será um espaço de transformação”, finalizou o prefeito.