07 de agosto de 2024
Arrependido

Acusado de racismo, médico de Goiás pede desculpas: “brincadeira sem graça e idiota”

Márcio agradeceu a toda ajuda que está recebendo “nesse despertar de consciência”
O médico acorrentou seu funcionário negro e disse que tudo não passou de uma ''brincadeira''. (Foto: Divulgação)
O médico acorrentou seu funcionário negro e disse que tudo não passou de uma ''brincadeira''. (Foto: Divulgação)

Investigado por racismo após postar um vídeo com seu funcionário acorrentado na Cidade de Goiás, o médico Márcio Antônio de Souza, 38 anos, pediu desculpas e se retratou nesta sexta-feira (25). Marcinho, como é conhecido, usou suas redes sociais e classificou a brincadeira como “sem graça, idiota, irresponsável e muito infeliz”.

“Fui pego de surpresa com a repercussão de algo que eu achava que era só uma brincadeira. Uma brincadeira que hoje eu entendo que é sem graça, idiota, irresponsável e muito infeliz. Que nunca, jamais deveria ser feita”, disse o médico.

No vídeo, Márcio agradeceu a toda ajuda que está recebendo “nesse despertar de consciência”. O médico se diz envergonhado, mas que está disposto a levar a reflexão e a luta contra o racismo para mais pessoas. “Eu sei que a dor que estou sentindo não se compara com a dor que o vídeo causou”, explicou.

O médico também revelou ter passado por uma clínica de reabilitação, em 2019. “Foi duro, mas me livrei desse vício que quase arruinou a vida da minha família”.

O inquérito policial já foi concluído pela delegacia da Cidade de Goiás, sendo indiciado pelo crime de prática, incitação e induzimento de preconceito ou discriminação de raça, etnia ou cor.

Em nota, o advogado de defesa, Pedro Paulo de Medeiros, diz que “confia que o Ministério Público reconhecerá o que ficou claro em seu depoimento e no depoimento dos outros envolvidos na inoportuna brincadeira: não houve intenção de ofender ou de enaltecer qualquer tipo de discriminação.”

Relembre o caso

Um vídeo tomou conta das redes sociais no dia 16 de fevereiro, quando o médico, que pertence a uma tradicional família da Cidade de Goiás, acorrenta seu funcionário, um homem negro, submetendo-o à condição análoga à escravidão.  

“Falei para estudar, mas não quer, vai ficar na minha senzala’’, comenta o médico aos risos mostrando o que seria um funcionário acorrentado pelas mãos, pés e uma argola de aço no pescoço. A brincadeira parecia ser consentida com o rapaz, negro.

Em outro trecho do vídeo, o médico comenta: ‘’tenta fugir, pode ir embora’’, logo dispara risos tanto do médico quanto do homem negro que aparece na publicação. A filmagem teria sido feita em um colégio da zona rural localizado no município de Cidade de Goiás.  

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