O presidente da Telefônica, Eduardo Navarro, elogiou a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) de liberar o acordo que permite à companhia trocar multas de R$ 2,8 bilhões por investimento em expansão da cobertura de banda larga, o que classifica como uma “oportunidade de negócios”.
Pelo TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), firmado em 2016, a Telefônica se comprometeu a instalar uma rede de fibra ótica em 105 municípios indicados pela Anatel.
Para a Telefônica, cuja receita é concentrada no Estado de São Paulo, o acordo pode trazer novos clientes. “É uma grande responsabilidade para uma empresa como nós, e uma oportunidade de negócios, de crescimento para nossos acionistas”, afirmou em evento nesta terça-feira (3).
Hoje, há 370 cidades no Brasil com internet de alta velocidade, e 212 atendidas pela Vivo, segundo Navarro. A princípio, a empresa negociou para que a expansão prevista no TAC fosse concentrada em São Paulo, mas a Anatel exigiu que 70% das cidades estivessem fora do Estado.
“[A aprovação pelo TCU] foi um divisor de águas. Isso se traduz em investimento para a população, com mais conexão nos hospitais, escolas, casas”, disse. “Se não fosse pela decisão, essa multa teria que ser discutida na Justiça, o que poderia demorar até dez anos. Agora podemos trazer um benefício imediato.”
Atualmente, a rede de 3G e 4G cobre 54% do país, segundo a consultoria Open Signal, mas esse território é fracionado entre as quatro grandes operadoras.
“A Vivo não tem uma penetração adequada de internet na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na asa sul do Rio de Janeiro, na parte norte da ilha de Santa Catarina, ou no bairro Savassi, em Belo Horizonte. Nossos recursos são limitados e tomamos decisões de investimento com base em onde há mercado”, diz Navarro.
Com a ocupação da frequência de 700 MHz, antes utilizada pela televisão analógica, a velocidade do 4G pode aumentar de 15 Mbps para 45 Mbps, segundo o presidente da Anatel, Juarez Quadros.
A Telefônica planeja aproveitar esse aumento de velocidade, mas a transição pode demorar até seis meses em algumas regiões.
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