20 de dezembro de 2024
Política • atualizado em 12/02/2020 às 23:52

Ações políticas do PMDB sobre aliança vão levar o partido à derrota, diz Maguito Vilela

Prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. (Imagem: TVDG)
Prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. (Imagem: TVDG)

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), afirmou, em entrevista à Rádio 730 nesta terça-feira (22), que um dos pontos que poderá levar o partido à derrota nas próximas eleições, de 2016 e 2018, é o possível rompimento de aliança firmada com o PT.

“Eu volto a repetir, é um grande erro. O PMDB tem que entender que se ele ficar se auto isolando, vai continuar perdendo as eleições. Porque romper com o PT? A administração do PT, se não vai melhor é por questões de economia, financeiras e até por questões de equipe. Você tem que ser tolerante, paciente. Porque o PMDB fica atacando? Eu sou contra isso”.

Segundo Maguito, o fato de não manter alianças com outros partidos faz com que o PMDB perca as eleições, como acontece no governo estadual há alguns anos. Em contrapartida, o PSDB, que ganhou do PMDB nas últimas eleições para governador, continua aglutinando siglas parceiras.

“Nós temos que mirar nos exemplos do passado. 16 anos apanhando e porquê? Porque não faz alianças corretas, não soma tempo de televisão, de rádio, e isso é fundamental na democracia convencer às pessoas e mostrar seu plano de governo, seu projeto. O PMDB está com a política totalmente errada, na contramão da história. Quando todos os partidos querem somar forças, o PMDB quer dividir forças”.

Leia parte da entrevista:

Eduardo Horário: O senhor tem uma relação muito boa com o PT em Aparecida. Como vê a parte do PMDB goiano que quer esse rompimento com o PT e fica falando disso o tempo todo, prefere aproximação com o DEM?

Maguito Vilela: Eu volto a repetir, é um grande erro. O PMDB tem que entender que se ele ficar se auto isolando, vai continuar perdendo as eleições. Nós temos que mirar nos exemplos do passado, 16 anos apanhando e apanhando por que? Porque não faz alianças corretas, não soma tempo de televisão, não soma tempo de rádio e isso é fundamental na democracia para você convencer às pessoas e mostrar seu plano de governo, seu projeto, você não tem militância na rua. Quer dizer, o PMDB está com a política totalmente errada, na contramão da história. Quando todos os partidos querem somar forças, o PMDB quer dividir forças. Porque o PSDB vem ganhando as eleições em Goiás? Soma tudo. Quanto partidos hoje estão com o PSDB? Quase todos. Quantos estão com o PMDB? Um ou dois. Então o partido está na contramão da história e não enxergar isso. Porque romper com o PT? A administração do PT, se não vai melhor é por questões de economia, questões financeiras e até por questões de equipe. Você nunca monta uma equipe muito afinada. Agora, o Paulo Garcia, todo mundo sabe, é um médico conceituado em Goiânia, é um bom caráter, não é malandro, não é corrupto, não é um político difícil de trato. Então, porque não – é lógico, você sabe que as vezes o gestor tem dificuldades não porque ele quer buscar dificuldades, é porque são dificuldades de uma capital grande, com falta de recursos e tudo. Mas é um bom caráter, uma boa pessoa. Porque você vai romper? Só porque ele está tendo dificuldades na gestão? Você tem que ser tolerante, paciente. O povo é, o povo espera. Então, porque o PMDB fica aí atacando? Eu sou contra isso. Aliás, eu acho que isso não soma, só diminui a base política.

Eduardo Horácio: O senhor disse, recentemente, que em 2006 o PMDB não deixou o senhor ter aliança com o PT. Ficou registrado na época que o senhor preferiu outra pessoa como candidato a vice-governador. Então, foi o PMDB que exigiu?

Maguito Vilela: Não, todos os líderes do PMDB foram ao meu gabinete e disseram que não permitiria aliança com o PT. Porque sempre houve, no passado, e há até hoje uma discriminação contra o PT, vocês sabem disso. E naquela época era mais. Por causa de invasões de terra, MST, movimentos sociais, sempre teve. Isso é indiscutível no Brasil. O Brasil sempre foi o país dos poderosos, dos ricos, dos grandes senhores de engenho, dos latifundiários, dos banqueiros, da elite econômica. E sempre teve essa discriminação com o PT, com os partidos comunistas. Isso não é segredo para ninguém. Então, tinha discriminação. E eu recebi todos os líderes do PMDB na época. Então, eu preferi o meu partido unido do que a metade do PMDB e a união com o PT. Fui impedido pelo PMDB de fazer essa aliança e foi um grande erro. Eu liderei aquela eleição durante um ano e perdi em um mês. Com poder econômico e a somatória de partidos contra mim foi uma máquina vindo contra a gente e perdemos as eleições. Podia ter ganhado aquela eleição do primeiro turno se nós tivéssemos feito alianças com o PT e outros partidos. 

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