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Política
| Em 10 meses atrás

Aava Santiago coloca “ordem na Casa” enquanto vereadores discutiam falas de Lula sobre Israel

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Durante a sessão plenária da Câmara Municipal de Goiânia, na quarta-feira (21), a vereadora Aava Santiago (PSDB) se indignou com a discussão que tomou conta do parlamento. Na ocasião, os vereadores discutiam sobre a fala do presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) sobre o conflito entre Israel e Hamas, em que o presidente comparou as ações militares de Israel na Faixa de Gaza a um genocídio como o holocausto promovido por Hitler na Segunda Guerra Mundial.

Na discussão, o vereador Ronilson Reis (Solidariedade) disse que “não cabe ao chefe de estado” interferir nas questões de Israel. Em resposta, Aava Santiago questionou se cabe ao vereador de Goiânia discutir a questão.

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O vereador Ronilson Reis iniciou a fala dizendo que Lula foi até o Egito para se “declarar brutalmente contra a nossa democracia”, fazendo questão de evidenciar que a fala não o representa, citando a fala do presidente sobre Israel. “Fazer uma comparação de que o que Israel está fazendo hoje, se defendendo das agressões do Hamas, um grupo terrorista, que invadiu o estado de Israel, matou várias famílias, crianças, mulheres, sequestrou e estuprou, foi o que Hitler fez lá atrás com os judeus, matando mais de 6 milhões de judeus, totalmente drástico diplomaticamente”, diz.

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Prosseguindo, durante a sessão o vereador afirmou que apresentou uma moção de repúdio à fala de Lula que comoveu toda a sociedade que “entende que a fala dele foi totalmente infeliz”. Em seguida, Reis pede que os demais vereadores rejeitem o destaque da vereadora Kátia Maria (PT) e aprovem a moção de repúdio.

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“Não cabe ao chefe de estado interferir nas questões internas daquele país, sendo que ele não dá conta de cuidar nem das questões internas do Brasil”, afirma.

Defesa

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Em defesa, a vereadora Kátia Maria afirmou que a política tem que ser feita de forma correta e equilibrada. “Não tem problema a gente ser de direita ou de esquerda, isso faz parte do espectro democrático. Não tem problema o Lula não representar eles e o Bolsonaro não me representar, mas tem algumas pautas que a gente não pode pegar para fazer proselitismo, porque a situação é grave demais. O que nós estamos vendo na Faixa de Gaza é um extermínio de um povo. O presidente Lula foi categórico em falar isso e teve razão, tanto que criou uma expectativa e uma realidade”, iniciou a fala.

Segundo ela, a expectativa seria criada na extrema direita de que todos os chefes de estado se manifestariam contra a fala de Lula, mas aconteceu o contrário, com o destrave do debate de que é preciso haver uma trégua humanitária.

“O presidente Lula não comparou a guerra em Gaza com holocausto, comparou a atuação de um presidente que resolveu exterminar um povo, que o presidente de Israel está tão determinado quanto Hitler esteve. Foi isso que o presidente Lula quis dizer”, disse.

Ordem na Casa

Na tentativa de colocar “ordem na Casa”, a vereadora Aava Santiago pediu um espaço para levar para a Câmara uma reflexão. Citando a fala de Ronilson, a vereadora afirmou que disseram que não cabe ao chefe de estado opinar sobre o conflito, mas questionou se cabe ao vereador de Goiânia.

“Presidente, eu só quero trazer uma reflexão aqui, porque há colegas dizendo que não cabe a um chefe de estado dar opinião sobre um conflito global, mas cabe ao vereador, né? Ao vereador de Goiânia! Não cabe ao presidente do Brasil falar sobre conflito internacional, mas é ao vereador de Goiânia que cabe pautar o conflito no Oriente Médio”, ironizou.

Em seguida, Aava se indigna com a situação e pede que o presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), reassuma a métrica da importância do que é discutido no parlamento. “Porque se o presidente da República não pode falar de conflito internacional, enquanto o vereador de Goiânia pode ocupar 1 hora da sessão, com a cidade cheia de problema, aí a gente perde a referência do que é prioridade”, finalizou.

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Maria Paula

Jornalista formada pela PUC-GO em 2022 e MBA em Marketing pela USP.