Publicidade
Notícias do Estado
| Em 1 ano atrás

“A situação que foi entregue à Equatorial, você não consegue resolvê-la em 1 ano”, afirma secretário

Compartilhar

O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, reconheceu problemas no fornecimento de energia elétrica pela Equatorial, durante entrevista à rádio CBN Goiânia nesta quarta-feira (27). Entretanto, afirmou ver melhoras progressivas em relação à Enel, empresa que foi responsável pela prestação do serviço até o início deste ano.

“Quando eles [Equatorial] entraram em janeiro, ainda pegando o início do período de chuva, mas logo em seguida, a partir de maio, em outro período de seca, nós observamos uma postura, inicialmente, melhor do que vinha acontecendo com a Enel. O que eu quero dizer com isso? Colocaram mais unidades de atendimento no interior, que tinham sido suprimidas pela Enel, de forma que o usuário que esteja distribuído no Estado, que é hoje o que mais sofre, consiga ter acesso para fazer a reclamação. Porque, veja, na época da Enel, o usuário não conseguia nem reclamar do problema que ele tinha e não tinha resposta nenhuma”, argumentou.

Publicidade

Rocha Lima explicou que as ações refletiram nos indicadores aferidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), porém destacou que a solução para os problemas não deve se dar tão rapidamente.

Publicidade

“Tivemos impactos positivos nos indicadores medidos pela Aneel. Agora, nós sabemos que isso não é suficiente. E que depende de um esforço muito grande da Equatorial junto com investimento. Também sabemos, isso eu sempre disse, que a situação que foi entregue pela Enel à Equatorial, você não consegue resolvê-la em um período de 1 ano. Mas nós esperamos melhoras contínuas”, ponderou.

Publicidade

Apesar de observar um processo de melhora na prestação do serviço, o secretário ressaltou que a questão deverá ser observada com mais intensidade com a chegada do período de chuvas. Ele detalhou o que tem motivado as quedas de energia sentidas pelos usuários nos últimos dias na capital e em outros pontos do Estado.

Essas quedas que tem acontecido frequentes em Goiânia, nós sentamos com a Equatorial para entender. A principal razão disso foi a automatização da rede, a colocação de religadores automáticos que, por um lado, diminuem o tempo sem energia. Mas, para proteger uma rede que sobrecarregou muito com essa onda de calor, eles acabam fazendo desligamentos automáticos e remanejamento da carga da rede para evitar um dano maior, que poderia gerar uma indisponibilidade de maior tempo ao usuário.

Publicidade

Problemas no serviço da Equatorial tem gerado desconforto ao governo, aponta secretário

Adriano salientou que o governo não está confortável com a situação, a qual tem gerado inúmeras críticas e reclamações da população. Mas reforçou que há um processo para melhorias na prestação desses serviços.

“Estamos atentos e monitorando isso junto à Equatorial, mas a gente sabe que é um processo, pelo menos agora, nesse ano de 2023, que ainda teremos incidentes, esperamos que bem menores do [que] no ano de 2022. Mas ainda teremos incidentes que estão além daquilo que deveria ser o aceitável. Esperamos que isso, com esses investimentos todos sendo feitos e tenho acompanhado diversos que, no ano que vem, que a situação já esteja bem melhor do que está até esse momento”, reiterou.

Ao ser questionado se preocupa a declaração dada pelo presidente da Equatorial Goiás, Lener Jayme, de que a empresa não está preparada para o período chuvoso, o secretário-geral de Governo disse que é motivo de preocupação, mas que o assunto é discutido com a companhia e que há uma pressão por aceleração de investimentos.

“Preocupa demasiadamente. Agora, foi sempre por isso que nós desde 2019, em conjunto com a Aneel, seja a Enel, ou seja a Equatorial, nós sempre tivemos intensamente discutindo isso, pressionando eles para que acelerassem os investimentos. Infelizmente, a Enel, que no momento inicial reagiu ali, 2019, 2020, pisou no freio em seguida e tivemos uma situação que eles foram obrigados a sair. Eu sou por formação, fiz engenharia elétrica, sou engenheiro eletricista e sei que uma rede complexa como a do Estado de Goiás, no estado de deterioração deixado pela Enel, não seria possível num intervalo menor que 1 ano, que a gente tivesse superado os problemas. Nós temos que ter atenção e ver que há melhoras progressivas. Porque o que não pode é o que aconteceu com a Enel, que estava piorando. Aí você não tem saída, que já está ruim. Você piora, aí é uma catástrofe. Nós estamos observando um processo de melhora ainda completamente insuficiente, mas estamos vendo que os investimentos estão sendo feitos em locais mais adequados”, assegurou.

LEIA TAMBÉM:

Investimentos

Adriano da Rocha Lima destacou, na oportunidade, investimentos recentes realizados pela Equatorial.

“Tivemos recentes investimentos grandes na região do Entorno, na região de Anápolis. Agora um problema histórico aqui também, numa linha de transmissão que pega aqui em Goiânia, foi resolvido recentemente e, com isso, vai permitir a a ativação de mais carga. Então, a gente está vendo que os investimentos estão sendo direcionados corretamente e já houve uma melhora, por exemplo, num indicador mais crítico, que era o indicador de tempo de interrupção”, apontou.

Mesmo com essas ações, o secretário admite que o fornecimento de energia ainda está ruim, mas que a situação é acompanhada de perto e que o governo estadual se dispôs a auxiliar em medidas que acelerem o processo de melhoria.

“Está bom? Não está! Está muito ruim ainda. E, por isso, nossa intensidade de acompanhar isso semanalmente, com reuniões com a Equatorial, não só diretamente com o governo, mas também a Agência Goiana de Regulação [AGR]. E também, fazendo interlocução com a Aneel para garantir esse olhar presente nosso, colocando também à disposição o que for necessário do governo pra poder apoiar as ações e acelerar esses investimentos, que às vezes dependem de licenciamento ambiental, ou outra ação do governo para que a gente consiga, com isso, acelerar todo esse processo. A situação é muito ruim, está longe de ter uma situação confortável, mas há um processo de melhora. E é isso que a gente precisa garantir. Que, havendo essa melhora contínua, a gente sabe que no médio prazo, vai atingir esse nível de qualidade que todos os goianos esperam”, finalizou.

Publicidade
Vinicius Martins

Jornalista por formação com MBA em Marketing e Estratégia Digital.