A deputada federal Adriana Accorsi assumiu a direção estadual do Partido dos Trabalhadores com a meta de aquecer as negociações com os partidos alinhados, definir um candidato ao governo, que pode ser do partido e, assim, oferecer “palanque [em Goiás] para a reeleição do Presidente Lula”.
Em entrevista ao editor-geral do Diário de Goiás, jornalista Altair Tavares, Adriana voltou a descartar que pretenda disputar o governo, apesar de seu nome surgir em pesquisas para 2026. Também agradeceu por ser lembrada, mas falou sobre sua responsabilidade à frente do PT em momento decisivo nacionalmente, e reforçou que vai buscar a reeleição à Câmara dos Deputados.di
Adriana sinalizou que, a partir de agora, presidindo o PT, vai começar o diálogo com os partidos da frente progressista que o PT pretende construir, seguindo a orientação nacional. “Da mesma forma que o Presidente Lula vai construir uma frente progressista, democrática, nós também faremos isso nos Estados. E aí vamos escolher quem será o candidato ou candidata [dessa aliança]”, afirmou.
Perguntada por que é importante ter essa candidatura ao governo no próximo ano, ela foi direta ao ponto: “Para ser palanque para o Presidente Lula, para a reeleição do Presidente Lula. Então nós vamos buscar essa candidatura ao Governo com certeza”, sentenciou.
Por outro lado, a parlamentar disse que mantém o plano de uma candidatura à reeleição à Câmara dos Deputados em 2026. “Além disso, estarei trabalhando na montagem das chapas, tanto pré-estadual e federal, no sentido de aumentar mais uma vez, como aconteceu em 2022, aumentar a bancada do PT. Nós vamos trabalhar nesse sentido agora”, reforçou.
Segundo ela, quem será a candidatura da frente progressista vai depender do diálogo com os demais partidos, pesando as propostas. “Não temos posição fechada de que tenha que ser do PT a cabeça de chapa. Nós vamos dialogar isso com os demais partidos”, indicou.
Preocupação em fortalecer a base
Ciente de que os partidos de direita já estão trabalhando para garantir maioria no Congresso no próximo ano, especialmente no Senado Federal, Adriana lembra que o desafio dos partidos alinhados com o governo Lula é fazer frente a essa ofensiva.
“É a realidade que se coloca. O Presidente foi eleito, mas nós temos uma minoria na Câmara. Embora tenhamos conseguido aprovar a maior parte dos projetos, sempre com muita luta, sempre com muito esforço”, enfatizou Adriana Accorsi.
Ela afirma que o objetivo é aumentar a bancada de apoio, não só do Partido dos Trabalhadores, “mas dos partidos que fazem parte da base leal, que sempre está com o Presidente. Então, nós vamos trabalhar para isso e esse é o principal objetivo como Presidenta do Partido”, confirmou Adriana.
Agenda interna: priorizar formação e comunicação
À frente do PT goiano, ela destaca: “A agenda [interna] vai focar em formação política, que é algo que nós sempre primamos. Em segundo, comunicação, para ampliar o alcance da divulgação, não só das ações do nosso governo federal, da nossa bancada, mas também das pautas que nós acreditamos e queremos que a sociedade participe da mobilização”
Ela cita como exemplo, as políticas do governo para redistribuir a carga tributária dando isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais e a taxando os super-ricos, além da proposta que coloca fim na escala de trabalho 6 por 1. Além disso, aponta na agenda a organização do PT nas cidades.
“Nós tivemos, na última eleição interna, a presença massiva da participação da militância, dos filiados, mas ainda há cidades onde não temos diretório. Então, nós vamos nos empenhar para criar os diretórios em todas as cidades do Estado de Goiás e fortalecer onde já existe”.
Anistia aos golpistas é ilegal, aponta deputada
Sobre o contexto político em que se fala na discussão sobre anistia após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de aliados, a deputada primeiro enfatizou que já esperava a condenação “diante das provas contundentes que estavam sendo apresentadas nas investigações”.
Sobre o debate em torno de anistia, a parlamentar, que também é delegada da Polícia Civil de Goiás, resumiu: “Considero totalmente ilegal, inconstitucional. Acho que é algo que significa uma impunidade, que a população brasileira não concorda e já temos pesquisa mostrando justamente que a maioria da população é contra a anistia, é a favor da punição daqueles que praticaram crimes”.
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