O Museu de Arte de Goiânia (MAG), uma unidade da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), vai homenagear a vida e a arte de Mauricinho Hippie, o criador da Feira Hippie, em uma exposição, “Mauricinho Hippie — Entre arte e vida, ser ou não ser”, neste sábado (23/9) às 8h. A exposição ficará disponível virtualmente até o final do ano no link museudeartedegoian.wixsite.com
Os visitantes poderão apreciar fotos, quadros e objetos pessoais de Maurício Vicente de Oliveira, mais conhecido como Mauricinho Hippie, uma personalidade marcante em Goiânia, que se destacava pelo seu estilo irreverente, sua bicicleta cor de rosa e seu cachorro poodle. Ele era um artista popular, que declamava poesias, se fantasiava de personagens e defendia os direitos dos homossexuais em uma época de conservadorismo.
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A curadoria da exposição é de Antônio Da Mata, diretor do MAG, que admira a história de Mauricinho.
Ele é um grande artista da cultura popular, que sobreviveu há tempos difíceis, enfrentou preconceitos, doenças, um acidente que o fez perder um pé e mesmo assim nunca perdeu a alegria. Ele era um símbolo da contracultura, que questionava os padrões da sociedade ocidental. Ele coloriu Goiânia com suas aparições, que ficaram registradas em algumas imagens que compõem a exposição.
Diz Da Mata
Maurício Vicente de Oliveira, o Mauricinho, nasceu em Minas Gerais, mas chegou a Goiânia aos 9 anos. Pelas ruas ele declamava poesias, fazia apresentações artísticas vestido de personagens e principalmente atuava em defesa dos direitos dos homossexuais em uma época bem conservadora.
“Mauricinho abalava” sempre que aparecia publicamente nos idos anos 60 e 70 do século passado em Goiânia; numa época em que os jovens, no mundo inteiro, por meio da “contracultura”, puseram em xeque a cultura ocidental de origem mediterrânea e a supremacia do homem-branco-macho-adulto-sempre-no-comando.
Quem teve o privilégio de ver Mauricinho em uma de suas “aparições” (até os anos de 1990, quando um acidente o força interromper) certamente não tem dúvidas de que esteve diante de um fenômeno artístico ou de uma obra de arte.
Das suas inúmeras aparições restaram algumas imagens que dão uma pálida noção da força que nutria suas ações, embora forneçam delas um valioso registro por meio do qual Maurício Vicente de Oliveira ficará para sempre gravado na história desta cidade como O mauricinho hippie — artista e criador da feira Hippie. (Trecho do texto “Maurício Hippie, o homem que coloriu Goiânia, de Carlos Brandão, para o Jornal da Imprensa, em 2011)”.