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A caminho da Serrinha, torcedor do Goiás é morto a tiros

O torcedor esmeraldino Rondinelly Bordes de Oliveira tinha 22 anos quando saiu de sua casa em Senador Canedo para assistir o jogo do seu time de coração.  A partida entre Goiás e Vila Nova disputada no último domingo (27/1) no Estádio Hailé Pinheiro, guardava muitas expectativas. Afinal, o Verdão não vencia um dos seus principais rivais goianos desde maio de 2017. De lá para cá, nos seis confrontos subsequentes, viu seu time perder 4 vezes e empatar outras 2.

Rondinelly guardava no coração um carinho especial pelo Goiás. Há oito anos, seu irmão foi diagnosticado com câncer no fígado. A torcida pelo Goiás ajudou a minimizar a dor. Infelizmente, alguns meses depois, seu irmão veio a falecer. Desde então, era figura sempre presente nos estádios em jogos do Verdão da Serra.

Teria tudo para ser uma tarde de domingo de festa para Rondinelly. Michael e Junior Brandão fariam um gol cada e o Goiás voltaria para casa não só com os 9 pontos na classificação geral, sem nenhuma derrota nem gols sofridos. O gosto da vitória sobre o arquirrival seria sentido novamente depois de muito tempo. Mas não foi.

No caminho para a Serrinha, quando passava pela Vila São João, foi alvejado a tiros. Recebeu o primeiro atendimento ali mesmo e foi encaminhado para um pronto-socorro da capital. Na sequência, seu destino foi o Hospital de Urgências de Goiânia. Não resistiu. Rondinelly entra para estatística de mais uma morte provocada pela briga entre torcidas organizadas, embora a Polícia Militar não confirme isso ainda.

Por meio de nota, a Polícia Civil de Goiás, afirmou que estão em “diligências para investigar” o homicídio que vitimou o torcedor esmeraldino. Também ressaltou que as investigações são sigilosas e que por este motivo, “não será possível que o Delegado se manifesta no momento”.

Enlutado, o Goiás Esporte Clube publicou uma nota em suas redes sociais. Confira a íntegra:

“Você não conhece o Rondinelly, mas vamos contar a sua história. 
O garoto de 22 anos teve sua história atrelada ao Goiás há 8 anos, quando descobriu que seu irmão havia sido diagnosticado com um câncer no fígado. Após 18 meses de luta contra a doença, seu irmão não resistiu, e se despediu. Uma mãe chorou. Um irmão chorou.  Dois mil dias depois, sua mãe o viu saindo de casa mas não verá o seu retorno.
Rondinelly foi assassinado enquanto estava a caminho do Estádio Hailé Pinheiro. 
Uma mãe chorou.  Quantas mães vão chorar ao saber que não terão seus filhos de volta?  Quantos irmãos vão olhar para o lado e ter apenas a dor da saudade?  O Goiás Esporte Clube está de luto. Isso não é futebol.”

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.

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