Com o título na capa “O que o Brasil pode ensinar à América – o julgamento de Jair Bolsonaro”, a revista britânica The Economist foi para as bancas nesta quinta-feira (28) falando em maturidade democrática brasileira por julgar, a partir de terça-feira (2), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A revista afirma que “o Brasil oferece uma lição de democracia para uma América que está se tornando mais corrupta, protecionista e autoritária”.
Como ilustração, Bolsonaro aparece com o rosto pintado de verde e amarelo, e na cabeça um chapéu com chifres e pele de caça, igual à fantasia usada por um dos invasores do Capitólio, nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, que ficou conhecido como Viking, e que tinha as cores da bandeira dos EUA na face. Hoje a imagem é um retrato de impunidade porque, mesmo condenado, ele teve perdão do presidente Donald Trump e ao se livrar, disse que estava feliz e iria comprar “algumas armas”.
Febre populista
A publicação ressaltou que o julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pode ser um teste de como outros países podem se recuperar de uma “febre populista”.
Bolsonaro é chamado de “polarizador” e “Trump dos trópicos”. A revista avalia que o ex-presidente e “seus aliados, provavelmente, serão considerados culpados” pelo Supremo. E conclui que “o golpe fracassou por incompetência, e não por falta de intenção”.
Lembrança da ditadura
O artigo ressalta ainda que reação do STF à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023, reflete os traumas do golpe militar de 1964. E completa citando que o Brasil conseguiu restaurar sua democracia com a Constituição de 1988, conhecida como “Constituição Cidadã”.
Crítica aos governadores conservadores
A publicação destaca também que a maioria dos brasileiros, conforme revelam pesquisas de opinião, consideram que Bolsonaro tentou um golpe para se manter no poder após as eleições de 2022 , quando foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.
A britânica dispara críticas aos governadores de direita que se movimentam pelo espólio e apoio do ex-presidente para concorrer à Presidência em 2026.
“Os dois países parecem estar trocando de lugar. Os Estados Unidos estão se tornando mais corruptos, protecionistas e autoritários. (…) Em contraste, mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o País está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia”, afirma a revista sobre a reação brasileira.
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