Publicidade
Categorias: Cidades
| Em 5 anos atrás

81% dos moradores de rua de Goiânia são adultos e com problemas familiares

Compartilhar

{nomultithumb}

Foi apresentado o resultado do 2° Censo da População em Situação de Rua e a primeira pesquisa sobre os trabalhadores de rua em Goiânia. Um dos principais objetivos é de subsidiar a elaboração de políticas públicas específicas para essas pessoas. Foi identificado um total de 353 pessoas que moram nas ruas de Goiânia, divididas entre idosos, adultos, adolescentes e crianças.

Publicidade

Segundo a pesquisa, o número não inclui catadores de reciclados, trabalhadores de rua e outros que embora tenham a rua como espaço de sociabilidade e de sobrevivência econômica possuem um local de moradia. O número é semelhante ao de moradores em 2015, quando se tinha 351 pessoas nas ruas.

Publicidade

Perfil da população de rua

Publicidade

 81% dos pesquisados são adultos, o que difere dos estudos realizados em décadas passadas, de que a maior parte dos moradores de rua eram crianças. 75% dos atuais moradores são negros. 91% moram sozinhos e 8,2% vivem em família nas ruas da cidade.34 % das pessoas vão parar nas ruas por problemas familiares. 41,2% vive na rua há mais de dois anos. 61,5% nunca trabalharam de carteira assinada. 41,2% não tem nenhuma atividade remunerada neste momento.

Outro dado importante é que 34% das pessoas que moram nas ruas tiveram problemas familiares. “É que em muitos casos foi rompido o elo familiar que precisa ser restaurado. Nossas equipes vem procurar a ajudar. O nosso maior desafio é a droga”, afirmou o secretário municipal de Assistência Social, Mizair Lemes Júnior.

Após a realização do censo, em que foi identificada a quantidade de moradores de rua e os locais em que eles vivem, haverá a continuidade do trabalho com uma pesquisa qualitativa em que que consiste na realização de entrevistas com pessoas que estão ou estiveram em situação de rua em Goiânia. A intenção é de saber melhor a história de vida de cada uma, os problemas existentes para buscar uma solução mais aprofundada dos problemas.

“Esse problema familiar ainda tem relação com uso de substâncias, ou drogas ou algo, e isso colabora para esse tipo de situação. Uma pesquisa qualitativa precisa ser feita, estamos entrevistando as pessoas que moram nas ruas, para nos contar as experiência e a partir daí termos uma profundidade maior” declarou a professora do IFG, doutora Najla Franco Frattari.

Trabalhadores de Rua

Outra pesquisa foi realizada que é relativa a trabalhadores de rua. Foram mapeados 435 trabalhadores em diversas atividades, que ficam em diferentes locais da cidade.

Apoios

A pesquisa foi realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG).  Houve o apoio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA), e ainda parceria de outras instituições públicas e privadas. 76 pessoas, entre pesquisadores, bolsistas, voluntários ajudaram a fazer o censo

“A pesquisa é importante, pois precisávamos de um norte, saber quantas pessoas são, onde estão, para sabermos quantas vagas de acolhimento precisamos, quanto de alimento a ser fornecido por mês, por ano”, argumentou o secretário Mizair Lemes Júnior.

Qualificação

De acordo com o secretário municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, Filemon Pereira, uma intenção é de proporcionar com a evolução dos trabalhos, um processo de qualificação profissional.

 “A UFG e parceria com a prefeitura de Goiânia, vamos abrir alguns cursos de alfabetização, com o mínimo de qualificação possível. Queremos já a partir do próximo ano, com o avançar na pesquisa. Há algumas questões que mais dependem da prefeitura, como Saúde mental e moradia”, declarou.

O gestor alertou que a discussão precisa ser humanizada. Ele lembrou que antes do novo censo, houve uma pressão dos órgãos de segurança para retirada dos moradores, pois estavam atrapalhando o comércio. Filemon Pereira avaliou que o trabalho é delicado e que a pesquisa vem para dar fundamentação técnica sobre as ações a serem tomadas.

Críticas

O coordenador estadual do movimento nacional da População de Rua, Denis de Oliveira, reclama da metodologia da pesquisa. O trabalho de campo foi realizado no dia 19.  Para ele, deveria ter um espaço maior de dias para fazer a atividade, além de visitar mais locais. Denis foi morador de rua.

Ele fez críticas a respeito da pesquisa, disse que a população vive em situação de rua é migratória. “Eu não concordo, pois há alguns bairros que estavam no mapeamento e não encontramos moradores de rua. Nós como movimento acreditamos que tinha de ser uma semana fechada para estar encontrando mais pessoas e fazendo um mapeamento. Tinha que visitar mais locais”, afirmou Denis.

Direitos Humanos

A divulgação dos dados ocorreu no Dia Internacional dos Direitos Humanos. Nessa data, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou e proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com objetivo de promover a paz e conservar a humanidade após a 2° Guerra Mundial.

{nomultithumb}

 

Publicidade