O Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou uma pesquisa, nesta quinta-feira (30), que mostra que 68,4% dos policiais brasileiros já tiveram colegas assassinados fora do horário de expediente. A pesquisa foi realizada em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Ministério da Justiça.
Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol-GO), Paulo Sérgio de Araújo, o númer é preocupante e que a realidade goiana segue as proporções do cenário nacional. “Assim como revela a pesquisa, o policial goiano está exposto dentro e fora do serviço, mas muito mais no momento de descanso, porque não tem o devido suporte do Estado e da sociedade”, afirma.
O número de policiais que possuem colegas que foram mortos em horário de serviço é de 60,6%. Em relação à vítimas de assedio moral ou humilhação, o número é de 62,8%. Já os agentes que sofreram acusação injusta de prática de ato ilítico é de 36,7%. O percentual de policiais que já foram discriminados pelo serviço que exerce é de 64,2%.
Em todo o Brasil, 68,4% dos policiais temem ser assassinados fora do expediente e 67,7%, em horário de serviço. Cerca de 15,6% dos policiais já foram diagnosticados com algum distúrbio psicológico.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 75% das mortes de policiais registradas no ano de 2013 ocorreram fora do expediente. “Apenas 8% dos homicídios são solucionados no Brasil, porque a sociedade e o poder público só enxerga como política de segurança viaturas e homens fardados nas ruas”, ressalta Paulo Sérgio.
Os itens mais cidados pelos policiais como fatores de insegurança na atuação profissional foram impunidade, com 64,5%; falta de apoio da sociedade, 59,7%; falta de apoio do comando, 55,1% e falta de equipamentos pessoais de proteção, 54,5%.
Perfil
De acordo com os números, 85,1% dos policiais atuantes são homens e 14,9% são mulheres. 54,8% destes possuem entre 25 e 40 anos. 40,1%, possuem de 41 a 54 anos. Em números mais reduzidos, 1,6% possuem entre 18 e 24 anos; 3,3%, 55 a 64 anos e 0,2%, possuem mais de 65 anos.
Em relação à corporação, 44,5% são policiais militares; 21,2%, policiais civis; 5,8%, policiais rodoviários federais; 5,4%, policiais federais; 6,5%, bombeiros e 16,6%, guardas municipais.
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