12 de setembro de 2024
Bancada • atualizado em 28/08/2022 às 15:17

24 candidatos goianos assinam manifesto em defesa da educação e da ciência

Ex-reitor da UFG e candidato a deputado federal pelo PT, Edward Madureira é um dos líderes do movimento
Na avaliação de Edward Madureira, atual governo colocou a educação em último plano (Foto: Agência Senado)
Na avaliação de Edward Madureira, atual governo colocou a educação em último plano (Foto: Agência Senado)

Vinte e quatro candidaturas goianas assinaram o manifesto nacional “Educação e Ciência para Reconstruir o País” (veja íntegra ao final), que tem como objetivo eleger uma bancada que se comprometa com a defesa de pautas ligadas à área.

O manifesto surge em um contexto de “retrocesso sem precedentes nas políticas de CT&I [Ciência, Tecnologia e Inovação] no país”. O documento destaca que “o desmonte das instituições públicas, na direção do Estado mínimo, é a marca de um governo que aprofunda a agenda neoliberal e um ajuste fiscal irrealista”.

“Vamos na direção oposta dos países desenvolvidos e, ultrapassando as piores previsões, caminhamos na direção do obscurantismo, sob um governo que nega a ciência em cada um de seus atos e retrocede na formação da população”, complementa.

Ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e candidato a deputado federal, Edward Madureira (PT) explica ao Diário de Goiás que a ideia surgiu a partir de discussões com Jerônimo Rodrigues (PSB), ex-reitor do Instituto Federal Goiano (IFG) e postulante a uma vaga na Assembleia Legislativa.

“Começamos a discutir e fomos agregando juntos, primeiro ex-reitores de universidades e institutos federais e depois ouvimos a opinião de lideranças nacionais de educação e ciência. Fizemos uma série de lives com ex-ministros, presidentes de sociedades científicas e grandes pesquisadores. Ao final, resolvemos redigir um manifesto”, conta Edward.

“Muitos pessoas foram se interessando em assinar. Então, adotamos a estratégia de que, para assinar, é preciso ser candidato. Outras pessoas ajudaram a redigir, mas queríamos o compromisso de candidatos em relação às pautas de educação e ciência”, prossegue.

De acordo com o ex-reitor da UFG, não existe um critério específico para definir quem pode ou não assinar. “Recebemos uma demanda de assinatura, com informações gerais sobre o candidato, e avaliamos o perfil e o comprometimento com a causa. Cerca de 90% são professores ou cientistas. Em Goiás, há, proporcionalmente, mais pessoas pelo fato de o movimento ter nascido aqui.”

Edward deixa claro que o manifesto é suprapartidário. Apesar de um predomínio de partidos de esquerda, existem políticos filiados a legendas que estão em outros lugares do espectro ideológico, como PSDB e Republicanos.

O candidato a deputado federal evita estipular uma meta de quantos políticos o movimento, que inclui alguns candidatos a cargos majoritários, pretende eleger. “É muito difícil fazer isso”, frisa. “Temos duas metas. Formar uma bancada federal e também bancadas estaduais. Já considero uma vitória só por plantar essa semente, discutir o assunto na imprensa e ampliar a meia dúzia de deputados comprometidos com a causa.”

Segundo Edward, o atual governo colocou a educação em último plano, com ministros sem comprometimento. “Chegamos a um ponto em que as ameaças são tão grandes, por exemplo com a perda de cérebros para o exterior devido às bolsas que não são atrativas, que precisamos sair do lugar e colocar a nossa história e o que acreditamos em discussão”, conclui.

Pautas

  • Autonomia Universitária;
  • Revogação da Emenda Constitucional 95;
  • Recomposição integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT)
    e a recuperação do Fundo Social do pré-sal com destinação para Educação, Ciência,Tecnologia e Inovação;
  • Retorno das Conferências Nacionais de Educação (CONAEs) e de Ciência, Tecnologia e Inovação;
  • Defesa e o resgate do Plano Nacional de Educação (PNE), à luz das deliberações das CONAEs de 2010 e 2014, e da Conferência Nacional Popular de Educação (CONAPE 2018), com a flexibilização da LRF;
  • Valorização dos profissionais da educação e, de forma especial, garantia de planos de carreira e remuneração atrativa e justa para os profissionais da educação básica;
  • Promoção e a expansão da oferta de educação técnico-profissional integrada ao Ensino Médio e fortalecimento dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia;
  • Atenção e apoio às universidades e centros de pesquisa por meio do fomento a projetos cooperativos em redes e infraestruturas científicas;
  • Recuperação institucional e fortalecimento da Capes, CNPq e Finep;
  • Retomada e fortalecimento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação a partir das políticas do Estado e das prioridades nacionais de interesse público;
  • Destinação de recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) par plataforma pública e internet de alta velocidade com acesso gratuito aos profissionais da educação e estudantes;
  • Reconhecimento, valorização, articulação e ampliação da rede de instituições de educação, ciência tecnologia do país: universidades e institutos federais, universidades estaduais e municipais, institutos de pesquisa federais e estaduais e outros para que contribuam para o desenvolvimento harmônico do país e para a redução das assimetrias regionais.

Goianos que assinaram

  • Alessandra Minadakis (PSOL)
  • Antônio Gomide (PT)
  • Arquidones Bites (PT)
  • Bia de Lima (PT)
  • Dani Cruz e Coletivo (PDT)
  • Edward Madureira (PT)
  • Fábio Junior (PT)
  • Fabrício Rosa (PT)
  • Jerônimo Rodrigues (PSB)
  • Julio Anderson Bueno (PT)
  • Kátia Maria (PT)
  • Kelly Cristina (PT)
  • Luis Cesar Bueno (PT)
  • Manoel Barbosa (Republicanos)
  • Manu Jacob (PSOL)
  • Marina Sant’Anna (PT)
  • Marta Quintiliano (PT)
  • Mauro Rubem (PT)
  • Professor Flaviano (PSB)
  • Railton Nascimento (PCdoB)
  • Rubens Otoni (PT)
  • Valdir do MST (PT)
  • Wesley Costa (PSB)
  • Wolmir Amado (PT)

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