A eleição para a prefeitura de Goiânia em 2024 movimenta os partidos políticos. Uma candidatura que está cada vez mais consolidada é a do senador e presidente do PSD em Goiás, Vanderlan Cardoso. Ele afirma que está se movimentando e que tem conseguido apoios que não imaginava.
Em entrevista aos jornalistas Altair Tavares e Vassil Oliveira, o senador destaca que no primeiro turno não deve ter grandes alianças: “Será um salve-se quem puder”, destaca. Ele ainda afirma que busca uma mulher para o cargo de vice na chapa que deve ser oficializada no mês de março.
Acompanhe a entrevista:
Altair Tavares: O senhor será candidato a prefeito de Goiânia?
Vanderlan: Tudo está caminhando para que sejamos realmente pré-candidatos, viabilizando a pré-candidatura. Em seguida, nas convenções, vamos decidir sobre a candidatura, embora seja cada vez mais difícil dizer que não sou pré-candidato. No entanto, essa decisão deve ficar para março, pois a política é instável e pode mudar muitas coisas em um único dia. Vamos decidir em março com mais tranquilidade, mas tudo está caminhando para que isso ocorra.
Altair Tavares: Algumas pessoas dizem que Isaura é mesmo candidata em Senador Canedo, Vanderlan talvez não seja em Goiânia?
Vanderlan: A dela está definida, a minha praticamente também já está definida. Como eu já adiantei, cada dia que passa está ficando mais difícil refluir dessa pré-candidatura.
Vassil Oliveira: Está faltando um anúncio então?
Vanderlan: Daqui até março muita coisa pode acontecer, mas cada dia que passa muitas pessoas aí já estão se envolvendo e querendo fazer o projeto. Eu nem imaginava que pessoas que são afastadas da política estariam dando o apoio, afirmando que esse é o momento e que Goiânia está precisando de um gestor. Acho que o pessoal sentiu muito a eleição passada, tudo o que aconteceu e a forma em que Goiânia está aí hoje. E realmente é preciso um choque de gestão e nós estamos preparados para isso.
Vassil Oliveira: Qual aliança você acha que consegue fazer para essa campanha?
Vanderlan: Para mim, o que interessa é o apoio da população. Com a população apoiando, aparece todo tipo de apoio, você pode ter certeza. Eu já estou conversando com inúmeros partidos, pessoas que estão nos procurando e, às vezes, alguns, eu procuro para conversar, entender o cenário e ver viabilidade. Pode ter certeza de que apoio não vai faltar. Agora, tudo dentro do que a gente prega e do que a gente fala, não adianta fazer grande composição em Goiânia da forma que está e depois não governar, não adianta essas composições grandes.
Muitas das vezes fazem as composições amplas, depois fazem o loteamento na administração e ali o prefeito senta e é a rainha da Inglaterra. É o que está acontecendo agora, o prefeito é uma boa pessoa e tudo mais, mas, ao assumir a prefeitura, ele fez um certo loteamento em secretarias e tudo mais e está aí um problema sério em Goiânia. Uma secretaria não comunica com a outra, a prefeitura está com dívidas seríssimas, contas a pagar enormes, problema de coleta de lixo e diversos problemas na saúde, embora hoje eu tenha que reconhecer que esse secretário que entrou agora ele sabe o que tá fazendo, já melhorou muito a saúde em Goiânia.
Altair Tavares: O senhor tem provas disso?
Vanderlan: Eu não sou de ficar criticando por criticar, eu estou pontuando. Então, se estava muito ruim e melhorou, a gente vê as ações e elas mudaram. Eu fui agora entregar ali um recurso para a Maternidade Dona Iris e já vi a diferença, o atendimento e a preocupação que tem. Nós temos recurso que colocamos aqui ainda em 2019 e esse recurso foi repassado em 2020 para a construção de uma UBS ali no Jardim Curitiba e até hoje não foi construído. Então, essa gestão nova aí com esse secretário já procurou saber como vai fazer. E a questão é que vai perder o dinheiro se não fizer nada lá.
Altair Tavares: Sua reclamação é a mesma que o senador Jorge Kajuru fez, de que ele também transferiu recursos para alguns programas e não foram utilizados?
Vanderlan: Essa reclamação é da bancada, mas também tenho que ser justo e reconhecer que não aconteceu só agora. No governo anterior aconteceu, tanto é que tivemos que fazer uma reunião com o ex-prefeito Iris Rezende, que chamou a secretária e mandou resolver e pagar todas as entidades filantrópicas: Santa Casa, Araújo Jorge, Associação de Deficientes, Associação de Surdos, a Pestalozzi e assim por diante. Você repassa o recurso e ele fica parado. Já chegou o caso de recurso nosso para o Araújo Jorge ficar parado na prefeitura por meses e meses e o Araújo Jorge lá com a folha atrasada.
Altair Tavares: O senhor terá o apoio do Senador Wilder Moraes, que é presidente do PL?
Vanderlan: Tenho conversado com ele sobre uma provável aliança sim, porque tem municípios em que nós somos concorrentes, ele é presidente do PL eu sou presidente do PSD. Hoje, candidatos bons aí nos municípios estão sendo disputados a tapa. Então a gente fica disputando em alguns municípios, mas tem município que o PL precisa do PSD e tem município que o PSD precisa do PL então tem diálogo sim. Agora, se eu puder trazer os bons candidatos para o PSD pode ter certeza de que nós vamos trazer esses bons candidatos e da mesma forma o PL. Então, o Wilder está trabalhando nesse rumo e direto a gente está conversando. Esses dias mesmo nós estivemos lá com Valdemar Costa Neto e com a Dona Isaura porque ela estava no PL vindo para o PSD, nós fomos lá conversar e explicar. Isso porque, quando foi a candidatura do Wilder e do Major Vitor Hugo, eu fui lá, então fui dar satisfação e deixar as portas abertas. Agora nós somos adversários em alguns municípios.
Vassil Oliveira: Em Goiânia são?
Vanderlan: Olha, em Goiânia, o PL tem seu candidato e eu não posso chegar para o Wilder e exigir dele que ele tenha um candidato que pontua bem e dizer: ‘olha, eu te ajudei, tira’, não é assim que funciona. Estou trabalhando para viabilizar, vou anunciar e tenho me intensificado muito em Goiânia, Região Metropolitana e no estado todo. Esse trabalho que a gente faz pelo estado reflete em Goiânia, pode ser o município mais longínquo que for.
Altair Tavares: Então, a conversa para o segundo turno fica aberta?
Vanderlan: O primeiro turno será salve-se quem puder. E cada um vai ter seu candidato e todo mundo vai lutar para estar no segundo turno.
Altair Tavares: A não ser que seja o senhor e Gayer no segundo turno?
Vanderlan: Sim, aí pronto, se for diferente disso, com certeza a gente vai trabalhar para ter o apoio.
Altair Tavares: Ainda sobre a questão das alianças, muito se falou recentemente sobre o diálogo entre PSD e PT, aliados nacionais. Existe alguma margem de possibilidade de aliança com esses partidos?
Vanderlan: Olha, a candidata do PT Adriana Accorsi está bem posicionada, tem pesquisa em que ela lidera. Como ela vai deixar de ser candidata? Aliás, nós já disputamos duas eleições, uma em 2016 e a outra em 2020, como adversários e com muito respeito. Então, como ela vai deixar de ser candidata para apoiar se tem pesquisa que ela lidera? Como, por exemplo, a Paraná Pesquisa, em que ela está liderando e eu venho em segundo. E da mesma maneira, se nós estamos bem pontuados, também é muito difícil isso. Agora, o diálogo há com todos os partidos. Eu tive conversando com o PT de Goiânia, com o PT nacional e tive conversando com o PT de Anápolis. Primeiro que o Rubens Otoni é um grande amigo, me ajudou muito em Senador Canedo. Eu não tenho problema nenhum com ninguém, então eu converso com todos que me procurarem. Eu, como presidente de partido, é isso, esse diálogo é bom. Você vê aí que saiu na imprensa que eu vou sair do Senado para ser vice da Adriana. Outra hora ela vai sair de deputada federal para ser minha vice, e por último, que o Lula me ofereceu um ministério.
Vassil Oliveira: Em relação à interferência, quanto podem pesar em Goiânia os apoios de Lula e Bolsonaro? O senhor vê eles dois com capacidade de peso a ponto de definir o jogo?
Vassil Oliveira: Em relação à interferência, quanto podem pesar em Goiânia os apoios de Lula e Bolsonaro? O senhor vê eles dois com capacidade de peso a ponto de definir o jogo? Vanderlan: Olha, vamos pegar a eleição de 2020, o Bolsonaro não me apoiou nem primeiro, nem segundo turno. O candidato dele é o que está sendo mesmo pré-candidato hoje e ficou aí nos seus 9% não lembro quanto que ficou. No segundo turno também não me apoiou, talvez, se tivesse apoiado, tivesse influenciado aqueles 1.8 que ficaram de diferença. Então, o eleitor não mistura essa questão nacional em estadual. Eleição municipal é aqui onde é discutido, pode até influenciar num município pequeno em que, numa ação do Governo do Estado, o Governo Federal chegue muitos benefícios e resolva. Mas uma cidade como Goiânia, eu sou testemunha disso, eu já disputei duas vezes o cargo de prefeito de Goiânia, uma com o Iris em 2016, um embate duro que foi para o segundo turno e em 2020 com o apoio de dois governadores. E o Lula, no auge, interferiu em campanha municipal aqui em Goiânia? O Paulo Garcia foi eleito porque teve apoio do Iris, foi reeleito e ele foi o vice do Iris, depois foi reeleito porque o Iris apoiou. Não teve interferência de governo Federal, a população separa isso muito bem.
Vassil Oliveira: Agora, o governador Ronaldo Caiado tem uma avaliação muito grande. O senhor acha que Caiado não é quem vai definir a eleição em Goiânia?
Vanderlan: Pode ajudar com avaliação e tudo, mas vai depender muito na campanha. Você vê que de campanha acontece tanta coisa, quanta coisa aconteceu na campanha de 2016, as estratégias que teve. Até o último dia no segundo turno, na quinta-feira, quando passou o último dia de apresentação da propaganda eleitoral, nós estávamos empatados, eu e o Iris. Aí veio uma liminar para sexta e sábado, tem 70 e tantas pílulas por dia e aí pronto, deitaram e rolaram, mudou o resultado. Então, acontece muita coisa, não pode dizer assim: ‘O Fulano tem com certeza pode mandar fazer o terno’, isso não é eleição dura, só depois que abre mesmo contando os votos para dizer olha aqui, valeu a pena o apoio desse ou o apoio daquele.
Vassil Oliveira: Tivemos aí uma gestão em que Iris não tinha um vice e, na gestão em que o Maguito ganhou, o vice é que governa. Existe uma visão também de que essa questão da vice vai ser bem explorada durante a campanha. Que perfil de vice o senhor imagina?
Vanderlan: Primeiro tem que ser atuante, eu já fui prefeito e vice, para mim tinha que trabalhar. Ele exercia as funções, me ajudava, podia viajar tranquilamente, sabendo que ia andar. Foi assim com Ângela Camargo e foi assim com o Dr. Túlio. Então, vice não pode ser figurativo ou por um acordo político. Então tem que ser atuante, mas o que eu penso é o seguinte: o momento é das mulheres. Elas estão em linha de frente de tudo. Eu sempre gostei de trabalhar com as mulheres, então o perfil que eu vejo assim é de uma vice que seja mulher, atuante, aquela que pega para resolver as coisas, e tem dinâmica, então eu vejo esse perfil.